Mudança faz bem para a Arte e Letra

Novo endereço acomoda melhor as várias facetas da editora que tem uma livraria e da livraria que tem um café

A Arte e Letra reabriu as portas nesta quinta-feira (8), na Rua Desembargador Motta, 2011, a menos de uma quadra do endereço anterior.

Quando você entra na casa nova da editora, livraria e café, uma coisa fica evidente: os livros ganharam o destaque que mereciam. A mudança permitiu que a família Tizzot elaborasse um projeto capaz de acomodar melhor as várias facetas da Arte e Letra.

Na casa antiga, os livros ficavam num extremo do imóvel e o café, no outro; com a editora completamente fora de vista. Na casa nova, há mesas de café no salão de livros e há estantes de livros no salão de café.

A editora fica ao lado da cozinha e tem até um vidro – uma espécie de aquário – em que os visitantes podem ver o pessoal trabalhando no laboratório gráfico. A Arte e Letra é uma editora artesanal com uma impressora independente e todas as etapas de produção ocorrem no local. Ela consegue imprimir pequenas tiragens de livros, costurar os miolos e encadernar os volumes.

 “A gente luta para mostrar que a Arte e Letra não é uma coisa só”, diz Frede Tizzot, um dos irmãos à frente da Arte e Letra (o outro é Thiago). É comum, por exemplo, pessoas dizerem que “vão no Arte e Letra”, sugerindo que o lugar é apenas um café e não uma livraria com um café. E ainda uma livraria com uma editora nos bastidores.

Antes de mudar a loja, a família Tizzot sentou para conversar sério. Chegaram até a considerar fechar as portas para não abrir mais. Porém, decidiram aproveitar as circunstâncias para ensaiar um retorno às origens.

Na casa anterior, eles experimentaram criar um espaço maior (eram 21 mesas) para oferecer não só café e lanches rápidos, mas também almoço. De repente, a livraria virou um restaurante com todas as demandas que um restaurante tem.

Agora, na Desembargador Motta, eles tiraram os almoços do cardápio, largaram mão da ideia do restaurante e apostaram no café. Assim como a editora é artesanal, a cozinha do café, comandada pela chef Mirian Dalla Pria (esposa de Frede), também produz quase tudo que é vendido ali: dos pães às geleias, das caldas usadas nas tortas até o doce de leite.

O número de mesas diminuiu – são 15 no endereço atual –, mas o projeto feito pela arquiteta Larissa Costa de Araújo (esposa de Thiago) conseguiu a proeza de fazer o lugar novo, que é menor, parecer maior. O número de livros no acervo continua o mesmo, cerca de 5 mil, mas a nova distribuição também dá a impressão de que o acervo aumentou.

A organização das prateleiras passou a obedecer critérios geográficos e estão organizadas como “Literatura dos Alpes”, “Asiática”, “Ibérica”, “Africana” e “Latino-americana”. Há também espaço para seções tradicionais como poesia, cinema e crime, além de duas que destacam a literatura local (escritores daqui publicados por várias editoras diferentes) e a produção local (editoras independentes daqui publicando vários autores diferentes).

Outra coisa que mudou foi o horário. A nova Arte e Letra começa a funcionar às 8h da manhã e fecha o expediente às 19 horas, de segunda a sábado. Um evento para marcar a estreia no novo endereço deve ocorrer no dia 27 deste mês. Mais detalhes sobre isso em breve.

Serviço

A nova Arte e Letra fica na Rua Desembargador Motta, 2011, no Batel. E funciona de segunda a sábado, das 8h às 19h.

Sobre o/a autor/a

1 comentário em “Mudança faz bem para a Arte e Letra”

  1. Bacana ler esta matéria agora que meu encontro com Arte e Letra se deu. O ano de 2021 trouxe suas virtudes. Irineu tb, se não me engano, da família Francisquini (como meus filhos) assinando aqui tb me foi grata surpresa. Abraços!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

O Plural se reserva o direito de não publicar comentários de baixo calão, que agridam a honra das pessoas ou que não respeitem níveis mínimos de civilidade. Os comentários são moderados por pessoas e não são publicados imediatamente.

Rolar para cima