Estudantes de Curitiba são finalistas no desafio Mares Limpos, da ONU

Com iniciativa para reduzir o uso de plásticos, projeto está entre os 10 melhores do Brasil

Em breve, muito breve, a quantidade de plástico nos mares será maior do que o número de peixes. A previsão é da Organização das Nações Unidas (ONU) que já informou: cerca de 80% do lixo nos oceanos é plástico. Na tentativa de reduzir o uso do plástico entre as comunidades, a ONU Meio Ambiente lançou o desafio Mares Limpos. Dentre os participantes brasileiros, dez projetos foram selecionados, entre eles o de uma escola no Capão Raso, em Curitiba.

O trabalho envolveu estudantes, professores, funcionários e pais. Durante 50 dias, os alunos do 6º ao 9ª ano passaram a separar e levar pra escola todo o lixo plástico descartável utilizado em casa. Com ele, construíram um painel no portão da instituição. Foram cerca de 100 quilos de plástico acumulados em pouco mais de um mês.

“Queríamos ver o que realmente as famílias usavam de plástico. Além de conseguirmos medir o impacto do consumo durante esse período, doamos tudo para uma usina de reciclagem, para que esse lixo tenha o descarte correto”, conta Ana Cláudia Cruz, diretora pedagógica da Escola Pedro Apóstolo.

Chamado de “O impacto do plástico nos oceanos”, o projeto envolveu inicialmente 14 famílias mas logo foi se espalhando por toda escola a importância na redução do uso. “Mudamos o canudo de plástico
para o de metal, sacolas plásticas por retornáveis e aprendemos que quanto mais pessoas praticarem essas pequenas ações, podemos mudar o mundo para melhor”, percebe a aluna Eduarda Anderle Prado, do 9º ano.

Para a realização do projeto, foram feitas entrevistas com os funcionários. “Descobrimos que a escola já faz projetos para reduzir o consumo, como caneca de porcelana em vez de copo plástico. Parece pouco, mas faz uma grande diferença”, avalia Fabrício Gogola, aluno do 8º ano.

Foram cerca de 100 kg de lixo reciclável acumulado. Foto: Divulgação

A diretora Carolina Paschoal destaca que a escola extinguiu em 95% o uso do plástico descartável. “Nem mesmo os presentes em festa são em plástico. Tudo o que temos de usar de copo ou outro objeto, usamos em papel. Só não somos 100% livre de plástico porque não achamos nada para substituir o saco de lixo ainda”, diz.

Segundo Carolina, o trabalho começou com as pesquisas de campo para saber que tipo de descartável é mais utilizado e em que quantidades. Garrafas pet e sacolas ganharam fácil. “Muitos dos descartáveis que compramos não têm utilidade por mais de cinco minutos e ficam anos em decomposição no Meio Ambiente”, ressalta.

Após o diagnóstico, “começamos a discutir formas de conscientização e substituição e promover pequenas ações que levassem todos a pensar: Onde vai parar seu plástico? Você sabe que onda levará seu lixo?”.

Depois de perceber a quantidade de lixo gerado e o impacto causado pelo plástico no meio ambiente, Fabrício garante que está tentando melhorar a conscientização também em casa. “De pouquinho em pouquinho, estou convencendo meus pais e os amigos que não sabem do projeto a não usar tanto plástico.”

As outras nove escolas que disputam o desafio são de Ribeirão das Neves (MG), Águas Belas (PE), Alvorada (RS), Itajaí (SC), Campinas, Campos do Jordão, Cananeia, Itanhaém e Rio Claro, todas no estado de São Paulo.

“O projeto começou mas não tem data pra terminar pois o Meio Ambiente sempre vai precisar de preservação. Vamos dar continuidade às ações, levando os alunos para conhecer a usina de reciclagem e as ações ambientais do Porto de Paranaguá, por exemplo. Queremos que os alunos saiam daqui com essa consciência ambiental”, completa a diretora.

Trabalho envolveu alunos, professores, funcionários e pais. Foto: Divulgação

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