“Top Gun: Maverick” decola com cenas aéreas incríveis

Movido a testosterona, “Top Gun: Maverick” parece ser mais uma refilmagem do que uma sequência, com todos os elementos que havia no filme anterior

Enfim, “Top Gun: Maverick” chega aos cinemas. A estreia oficial no Brasil é quinta-feira (26), contudo as sessões de pré-estreia já estavam cheias de curiosos e fãs no último sábado (21). O lançamento foi adiado devido à pandemia e tornou o filme um dos mais esperados dos últimos tempos. Até o Festival de Cannes 2022 se rendeu à produção e reverenciou o astro Tom Cruise, que dá vida a Pete “Maverick” Mitchell nos dois “Top Guns” e é um dos produtores do filme mais recente.

O que não falta em “Maverick” são aviões, motos, velocidade e, é claro, testosterona. Para decolar a trama, as cenas de manobras em aviões F-18 – emocionantes a ponto de dilatar as pupilas da plateia de 2022 – são parte de um plot embalado por drama, romance e muita ação. Exatamente como seu antecessor de 1986, que desbancou “Jornada nas Estrelas IV”, “Platoon” e “Curtindo a Vida Adoidado” ao conquistar a maior bilheteria daquele ano.

Vale lembrar que o frisson causado por “Ases Indomáveis” se deve muito ao fato de que ele era a expressão de seu tempo: um filme que colocou em primeiro plano o espírito dos anos 1980. Há quem possa discordar. Entretanto, o walkman na mesa de cabeceira do então tenente Pete Mitchell (Cruise) é só um dos exemplos da vibe que deixava os olhos da turma grudados na tela. Talvez isso tenha sido um dos motivos para tamanha demora em surgir um “Top Gun 2”.

Roteiro surpreendente

Existe muito de improvável, de irreal, no enredo de “Maverick”. Contudo, não é realismo que se deve esperar de uma história como essa, ao contrário das cenas aéreas super-realistas que exigiram bastante do elenco.

É preciso reconhecer que é quase uma missão de guerra fazer um novo filme com a vitalidade do antigo e uma história nova, mas que precisa conversar com a do passado. E os roteiristas Ehren Kruger, Eric Warren Singer e Christopher McQuarrie merecem ser condecorados pelo sucesso. Refizeram um “Top Gun” que talvez tenha ficado melhor que o primeiro.

O verbo refizeram se explica porque “Maverick” parece mais uma refilmagem do que uma sequência, com todos os elementos que havia no primeiro: os melhores entre os melhores pilotos, o rebelde, o arrogante, a morte, os dilemas pessoais, o romance, o patriotismo, a amizade, muita gente bonita e a adrenalina de tirar o fôlego. A diferença principal entre um filme e outro é a idade de Tom Cruise: 30 e poucos anos no primeiro; 50 e tantos no segundo.

“Top Gun: Maverick”

O quase sessentão Cruise (completa 60 no dia 3 de julho), com ou sem camisa, compete de igual para igual com o jovem elenco, todos com o maior jeitão de bombeiros estampados em calendários. Seu personagem, o maduro Maverick é precedido por seus feitos heróicos. Mesmo assim, os ases muito mais novos acham que podem superá-lo. É a ingenuidade da juventude.

Assim, Maverick ensina à nova geração de pilotos coisas fundamentais como questionar ordens, seguir seus instintos e o valor da amizade. A distância entre as idades vai diminuindo enquanto o clímax vai aumentando.

Além de tudo, “Maverick” é politicamente mais correto – com a presença de mulheres como pilotas e na equipe de alta excelência militar. Há também negros, asiáticos e latinos. Um personagem talvez seja homossexual (o filme não deixa claro). E, desta vez, o protagonista charmoso não parece tão mulherengo. Não é mais o caso de incomodar garotas no bar e apostar com os amigos sobre quem pega mais mulheres.

Trilha sonora

Aí tem as músicas. As do filme original eram a trilha sonora perfeita da segunda metade dos anos 1980. Uma parte delas sobreviveu, como “Danger Zone”, na voz de Kenny Loggins, e “Top Gun Anthem”, composta por Harold Faltermeyer e Steve Stevens.

Em “Maverick”, a novidade é o tema romântico “Hold my Hand”, de Lady Gaga. Ela não é ruim, mas dá uma saudade de “Take my Breath Away”…

Onde assistir

“Top Gun: Maverick” está em cartaz nos cinemas.

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