Seis livros para ficar de olho em dezembro

Lançamentos do mês incluem romances consagrados, livros sobre tecnologia e relação entre humanos e animais

Pensando nas próximas leituras? O Plural separou seis livros para ler em dezembro. Há histórias de amor e de divórcio, de tecnologia e de preconceito, de racismo e miséria. Dentre os seis grandes autores e autoras selecionados, temos homens e mulheres, negros e brancos, norte-americanos e latinos, com destaque para Ann Petry, cujo livro se tornou o primeiro romance de uma autora negra a superar a marca de 1 milhão de exemplares vendidos nos Estados Unidos. Veja a lista abaixo e boa leitura!

A Rua 

Ann Petry. Carambaia, 352 pp., R$125,91

No clássico da escritora afro-americana, uma mulher negra, mãe solteira, tenta sobreviver no Harlem dos anos 1940, lutando contra o racismo, ataques sexuais e a pobreza.

A maior parte do enredo se desenvolve em uma rua, a 116th Street, que tem papel-chave na vida da protagonista, Lutie Jones. Nas palavras da escritora americana Tayari Jones, que assina o posfácio do romance, a 116th Street “é a resoluta antagonista e representa a intersecção entre racismo, sexismo, pobreza e fragilidade humana” e Lutie, “uma americana. Contudo, ela é uma americana negra, e esses termos nem sempre combinam.”

Publicado em 1946, A rua tornou-se rapidamente o primeiro romance de uma autora negra a superar a marca de 1 milhão de exemplares vendidos nos Estados Unidos. A obra consegue um equilíbrio raro ao unir observação social implacável a características da melhor tradição do thriller.

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Algoritmos de Destruição em Massa 

Cathy O’Neil. Rua do Sabão, 342 pp., R$45

Na Era do Algoritmo, cada vez mais, as decisões que afetam as vidas das pessoas são tomadas por modelos matemáticos. O que poderia nos conduzir para um mundo mais justo, em que todos são julgados de acordo com as mesmas regras e o preconceito é eliminado, acaba fazendo o contrário. No livro, Cathy O’Neil revela que s modelos usados hoje são opacos, não regulamentados e incontestáveis, mesmo quando estão errados. E o mais preocupante: reforçam a discriminação. Se um estudante pobre não consegue obter um empréstimo porque o modelo matemático o considera muito arriscado (graças ao endereço onde mora), ele também é recusado na universidade que poderia tirá-lo da pobreza. Os algoritmos criam uma espiral discriminatória. Os modelos amparam os privilegiados e punem os oprimidos, criando um “coquetel tóxico para a democracia”.

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Urubus sem penas

Julio Ramón Ribeyro. Moinhos, 112 pp., R$48,50

O primeiro livro de Ribeyro, lançado em 1955, dá voz aos esquecidos e aos marginalizados. Seus contos exemplificam a dura e pura realidade de milhões de pessoas que residem não apenas no Peru, mas em todo o mundo. A dor, o sofrimento, a miséria e a crueldade que suspiram entre os textos aqui presentes buscam, talvez, nos mostrar o nosso reflexo enquanto seres humanos, mostrar como falhamos e há muito tempo. Uma obra universal que mostra o poder de um maestro da escrita.

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Agora veja então 

Jamaica Kincaid. Companhia das Letras, 144 pp., R$69,90

A perfeita imagem da família tradicional americana é abalada quando o sr. Sweet deixa a esposa por uma mulher mais jovem. Através dos fluxos de consciência de múltiplos personagens, Jamaica Kincaid mostra as angústias profundas que existem por trás de uma aparente perfeição.

Uma análise ferina sobre as diversas maneiras como o transcorrer dos anos afeta um casamento, Agora veja então é um livro ao mesmo tempo singelo e potente. Os personagens, em confronto, se desesperam em situações cotidianas, suas mentes tentando entender linearmente uma realidade que não é linear. Escrevendo no passado, no presente e no futuro, Kincaid faz da passagem do tempo sua principal ferramenta narrativa.

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Por que olhar para os animais  

John Berger. Fósforo, 106 pp., R$59,90

O livro, que reúne textos de John Berger escritos entre 1971 e 2009, trata do desaparecimento da relação imemorial entre seres humanos e animais. Mantemos espécies de estimação e visitamos zoológicos, mas o “olhar entre o animal e o homem, que possivelmente teve um papel crucial no desenvolvimento da sociedade humana, e com o qual, em todo caso, todo ser humano convivia até um século atrás, extinguiu-se”.

A interação entre as pessoas e a natureza, entre a cultura e o instinto, é também o tema dos outros oito textos que compõem Por que olhar para os animais?. Berger, crítico de arte e escritor multifacetado, se vale de obras de fotógrafos, ilustradores, clássicos da Antiguidade, entre outras fontes, para desvendar o universo das sutilezas que nos forjam.

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Amor, sublime amor

IIrving Shulman. Intrínseca, 176 pp., R$39,90

Uma das histórias de amor mais prestigiadas da dramaturgia e do cinema norte-americano, a multipremiada obra Amor, sublime amor lança luz sobre questões tão atuais quanto a intolerância aos imigrantes e o preconceito.

Sob as sombras dos arranha-céus de Nova York, Sharks e Jets se digladiam não só pelo domínio das ruas, mas por motivações que encontram raízes mais profundas na sociedade norte-americana, como a intolerância aos imigrantes e o racismo — uma das razões pelas quais Amor, sublime amor continua uma obra atual e necessária.

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