Olhar de Cinema: 9 filmes para você ver no festival de 2022

Festival Olhar de Cinema tem mais de cem filmes selecionados em 2022 e desbravar um caminho possível entre tantas alternativas pode ser difícil; confira nove filmes que valem a pena

O 11º Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba começa nesta quarta-feira (1º). Ao longo de oito dias, mais de uma centena de filmes serão exibidos em cinco espaços de Curitiba.

Sem dúvida, é um número que pode assustar: cem. O total soma filmes de curta e de longa-metragem.

Na tentativa de sugerir um roteiro possível para o festival, o Plural conversou com Antonio Gonçalves, um dos fundadores do Olhar de Cinema – e também seu diretor artístico. “O que eu sempre gosto de recomendar é a Mostra Competitiva de Longas-Metragens, que traz filmes dos mais diversos países e também filmes que estabelecem uma comunicação com um público mais amplo”, diz Gonçalves.

Não se trata de listar os melhores filmes do festival, até porque a imensa maioria deles é inédita no circuito de exibição do Brasil e estreia, justamente, durante o Olhar de Cinema. A proposta aqui é oferecer uma forma de abordar o festival. Dar as coordenadas necessárias para começar a experiência.

Em 2022, a Mostra Competitiva de Longas-Metragens apresenta nove filmes de várias partes do mundo: do Brasil, da Europa, da América Central e da Ásia. A seguir, saiba um pouco mais sobre eles (as informações foram tiradas do site oficial do Olhar de Cinema).

1. “A Censora”

Eslováquia, 93 min. Direção: Peter Kerekes.

Em uma prisão em Odessa, a jovem Lesya (Maryna Klimova) acaba de dar à luz ao seu primeiro filho, tornando-se mais uma dentre as várias mães em reclusão. Pelos próximos três anos, ela poderá estar com a criança duas vezes ao dia, sempre sob o olhar atento de uma carcereira. Com uma austera mescla de procedimentos documentais à construção ficcional, o que se compõe é um testemunho coletivo duro, mas repleto de nuances, sobre as histórias e esperanças de mulheres cumprindo pena e trabalhando no sistema prisional.

Trailer e horários, aqui.

2. “A Ferrugem”

Colômbia/França, 84 min. Direção: Juan Sebastian Mesa.

Jorge (Daniel Ortiz) é o único jovem da sua geração que seguiu vivendo e trabalhando na fazenda de sua família, numa isolada comunidade em meio à floresta colombiana. Com o retorno de vários de seus amigos e da sua primeira namorada, vindos da cidade grande para as festas anuais locais, ele confronta o passado, mas também suas decisões sobre presente e futuro. Um retrato dos dilemas geracionais de uma população em busca de perspectivas.

Trailer e horários, aqui.

3. “Alan”

Brasil, 92 min. Direção: Diego e Daniel Lisboa.

Um registro sobre Alan do Rap, artista transgressor da cultura musical periférica de Salvador, em sua luta para sobreviver e criar. O filme acompanha mais de dez anos do relacionamento entre os diretores do filme e seu personagem, testemunhando a força inerente ao ato da geração de arquivos audiovisuais, mas também a complexa relação entre sujeitos e objetos na criação documental, na busca de sua justa distância. Uma história única e individual, que também é um retrato de um país e sua falta de possibilidades.

Trailer e horários, aqui.

4. “É preciso uma aldeia”

República Tcheca, 85 min. Direção: Adam Koloman Rybanský.

Quando uma van invade a praça de uma pequena cidade tcheca durante uma festa local, atingindo uma pessoa, toda a pacata existência da aldeia vira de cabeça para baixo. Prestes a ser pai, o bombeiro voluntário Standa (Michal Istenik) se vê no centro de uma investigação que busca culpados ou bode expiatórios, num ambiente de crescente paranoia. Uma parábola sobre os tempos atuais que lida com temas como xenofobia e manipulação da realidade, misturando sua estrutura de alegoria com um extremo cuidado na construção de ambiente e personagens.

Trailer e horários, aqui.

5. “Filme particular”

Brasil, 90 min. Direção: Janaína Nagata.

A partir de um rolo de filme comprado pela internet sem conhecimento sobre seu conteúdo, a realizadora inicia uma investigação, também online, que vai revelar segredos inesperados sobre as imagens presentes naquele material de arquivo familiar. Neste filme-processo, o poder das imagens em movimento de registrar muito mais do que se imagina ao ligar uma câmera se revela pouco a pouco, na mesma medida em que a montagem cinematográfica se afirma como possível ferramenta aliada de um contra-ataque histórico e político.

Horários, aqui.

6. “Freda”

Haiti/França/Benim, 93 min. Direção: Gessica Généus.

Freda (Néhémie Bastien) mora com sua família em Porto Príncipe, capital do Haiti, onde tentam ganhar a vida com uma pequena mercearia. Mesmo em meio à instabilidade do país, o aumento da violência e as precárias condições de vida, Freda e seus colegas ainda querem acreditar em um futuro mais livre. Uma ficção entre o íntimo drama familiar e o efervescente retrato coletivo de uma geração e um país em ebulição.

Trailer e horários, aqui.

7. “O trio em mi bemol”

Portugal/Espanha, 127 min. Direção: Rita Azevedo Gomes.

Na década de 1980, inspirado em Mozart, Éric Rohmer escreveu a peça teatral “O Trio em Mi Bemol”, posteriormente filmada também sob sua direção. Com sua precisão e economia características, agora é a cineasta portuguesa Rita Azevedo Gomes (“A Portuguesa”, Olhar ’19) quem adapta a história original e a transforma em um filme rodado dentro de outro filme. Nesse jogo de triangulações, as câmeras de um enigmático diretor espanhol registram os sucessivos e ruidosos encontros de um casal de ex-amantes.

Trailer e horários, aqui.

8. “Paterno”

Brasil/França, 110 min.

Envolvido num processo de incorporação imobiliária de uma área popular do Recife para um projeto da empresa de sua famíla, Sérgio (Marco Ricca) vive entre as dúbias heranças (práticas e pessoais) passadas por seu moribundo pai e as tentativas de se manter em contato com seu filho, à beira da idade adulta. O novo filme de ficção de Lordello tenta se irmanar ao olhar de um personagem em crise, que se reconhece desconectado do seu tempo: nem mais funcionando pelas réguas do que veio antes, mas já incapaz de se relacionar com o futuro que se aproxima. Qual lugar sobrará para ele nessa cidade, país, mundo?

Trailer e horários, aqui.

9. “Uma noite sem saber nada”

França/Índia, 99 min. Direção: Payal Kapadia.

Cartas fictícias que dizem de um amor impossível. Por meio de palavras tão intensas quanto fugazes, conhecemos L., estudante de cinema que nos conduzirá por fragmentos de imagens e acontecimentos na Índia contemporânea. Em seu longa de estreia, a diretora fabrica uma tapeçaria de tempos e lutas sob a perspectiva da juventude, entre a tradição e o impulso revolucionário em uma sociedade em ebulição. Usando uma variedade de materiais e uma textura granulada, esse imersivo filme-ensaio revela como o cinema e a educação podem também se tornar práticas de liberdade.

Trailer e horários, aqui.

Olhar de Cinema 2022

Saiba mais sobre o Festival Internacional de Curitiba, aqui.

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