O universo LGBTQIA+ retratado no cinema: seis indicações para mergulhar na temática

Filmes trazem histórias verídicas, provocando reflexões importantes sobre a causa que marca o mês de junho

Chegamos ao fim de junho, mês que simboliza o orgulho LGBTQIA+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais, Queer, Intersexo, Assexuais e outros diversos). Porém, no Brasil em que vivemos atualmente, onde essa população é constantemente atacada pelo governo, além de, historicamente, sermos um dos países que mais mata ou reproduz violência de todos os tipos contra o grupo LGBTQIA+, prolongar a discussão a respeito da temática é urgentemente necessário.

O conservadorismo, a intolerância e as obscuridades mais profundas e desconhecidas (quem sabe até psicanalíticas) que alimentam e perpetuam tal opressão, precisam ser desconstruídas: um esforço nada fácil, uma vez que, em 2021 – com toda a sua fortaleza digital e acesso gratuito e fácil à informação –, há tantos que ainda insistem em se sentir ofendidos com a sexualidade e os gêneros não-normativos, atacando-os gratuitamente.

A cultura, a educação, a argumentação e os produtos artísticos que englobam fatos verídicos e massacrantes a respeito desse tema, têm o potencial fazer progredir o assunto, com a propriedade do levantamento de histórias reais, da linguagem cinematográfica, da inserção em diferentes contextos e sua consequente capacidade de sensibilização.

Confira uma lista de sugestões de filmes, séries e documentários escolhidos a dedo, que falam do universo LGBTQIA+ ao retratá-lo em suas realidades distintas.

A lista vale para todos. Seja no cenário da representatividade ou da tentativa de desconstrução, essas excelentes peças cinematográficas discorrem sobre amores genuínos e seus sacrifícios, sobre perseguição, agressões, direitos humanos violados e análises profundas acerca da pauta social.

Secreto e Proibido

O documentário da Netflix dirigido por Chris Bolan conta a história autêntica de Terry Donahue e Pat Henschel, um casal de mulheres que solidificaram o seu relacionamento em 1940, mas só saíram do armário 65 anos depois, já idosas. A narrativa é envolvente e sensível, além de contextualizar, de forma geral, a intolerância da população americana com o grupo LGBTQIA+ ao longo das décadas, embora sinalize simultaneamente a evolução e a conquista de direitos dessa luta.

Elisa e Marcela

Em preto e branco, com uma linguagem poética e belíssima, Elisa e Marcela narra o romance de duas jovens, em 1901, na Espanha, perseguidas por terem o seu relacionamento descoberto, chegando até a serem presas. Dirigido por Isabel Coixet, o longa-metragem está disponível na plataforma Netflix.

Boy Erased – Uma Verdade Anulada

Quando se ouviu falar em “cura gay” no Brasil, entre 2011 e 2013, o absurdo estava implícito e muitos foram às ruas para protestar contra a ideia absurda. O que talvez todos não saibam, é que de fato já existiram lugares de “terapia de conversão sexual”, que gozavam de práticas abusivas e brutais. Boy Erased – Uma Verdade Anulada, se passa no interior dos Estados Unidos, no século 18, e testemunha a biografia dramática de Jared Eamons, um jovem gay que foi obrigado pelo pai (severamente religioso) a se internar em uma dessas clínicas que supostamente convertiam homossexuais. Dirigido por Joel Edgerton, o filme conta com a exímia atuação de Nicole Kidman e está disponível para locação ou compra no YouTube.

Pose

A série Pose, disponível na Netflix, já está na sua segunda temporada e contextualiza a realidade da população LGBTQIA+ (com foco especialmente nas pessoas transexuais) na década de 1980, em Nova Iorque. Apresentando a cultura ballroom e as redes familiares criadas entre essa população marginalizada, a narrativa é emocionante, daquelas típicas em que nos afeiçoamos aos personagens, além de ser baseada em fatos reais.

Desobediência

O longa-metragem põe em pauta a intolerância religiosa diante das relações LGBTQIA+. A personagem Ronit (Rachel Weisz) precisa retornar à sua cidade natal, após anos afastada, devido à morte de seu pai, um rabino. Durante sua estadia, Ronit revive uma paixão lésbica antiga, com suas complexidades e dores. O filme traz cenas sensuais e tocantes. A narrativa se passa em tempos atuais e está disponível para locação ou compra no YouTube.

Carol

Em Nova Iorque dos anos 50, a charmosa e misteriosa Carol (Cate Blanchett) e Therese Belivet (Rooney Mara), se apaixonam e vivem um romance peculiar. No entanto, o ex-marido de Carol não mede esforços para a afastar da filha pequena, alegando “conduta imoral”: sua relação com Therese. O filme foi dirigido por Todd Haynes e teve seis indicações ao Oscar. Disponível na plataforma Amazon Prime e também no YouTube, para locação ou compra.

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