“O Pintassilgo” deixa você sem fôlego

Filme cheio de sutilezas espreme 700 páginas do livro homônimo em 2h30 de projeção

“Pintassilgo” soa como um nome bastante incomum. Não à toa o termo pode remeter à ave de notável capacidade vocal; à obra do pintor holandês Carel Fabitius, de 1654; ao livro de Donna Tartt, ganhador do Pulitzer 2014; e, mais atualmente, ao filme homônimo adaptado da obra, O Pintassilgo (2019).

Nos dois últimos casos, a pintura de Carel Fabitius, retratando o pássaro, passa por uma jornada extraordinária após um evento trágico que une o destino da obra ao do menino Theo Decker. O que acontece a seguir, ao longo dos 149 minutos, é uma história recheada de dramas humanos. Aos 13 anos de idade, Theo se vê órfão após perder a mãe em um atentado no Metropolitan Museum of Art, em Nova Iorque. A partir daí, o menino precisa lidar com o sentimento mal resolvido de perda, a culpa que o atormenta, e a obsessão por seu passado.

No meio do caminho, uma gama de personagens dão cor e textura à intricada trama: um pai alcoólatra, a embotada figura materna, um querido amigo de infância, uma conturbada amizade na adolescência. A vida de Theo é um grande acumulado de acontecimentos improváveis e emocionalmente densos – o que, talvez, seja o problema da adaptação de uma obra de mais de 700 páginas em quase duas horas e meia. A certa altura, as coisas apenas se embolam.

Apesar dos problemas de roteiro, a qualidade visual do longa – da fotografia impecável de Roger Deakins, até o figurino – são inegáveis . A atuação de Nicole Kidman enquanto a “mão adotiva temporária” do menino é outro ponto que vale um destaque à parte. É um filme de sutilezas – daqueles que não descem fácil para qualquer espectador, e que te deixam com vontade de conhecer a obra original.

Serviço
“O Pintassilgo” estreia no dia 10 de outubro em diversas salas de cinema. Classificação: 16 anos. Na capital paranaense, o longo será exibido apenas no Cinépolis Batel. Confira os horários das sessões antes de sair de casa.

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