O livro que criou o mito Dalton Trevisan faz 60 anos

Luiz Claudio Oliveira fala sobre a estreia de Dalton Trevisan em livro, Novelas Nada Exemplares, que completa 60 anos no mês que vem. E explica porque a estreia era só "de mentirinha".

Há 60 anos, em fevereiro de 1959, saía da gráfica da José Olympio Editora Novelas nada exemplares, livro que faria Dalton Trevisan ser reconhecido nacionalmente como o grande escritor que é. Obra que conquistaria, no ano seguinte, o Jabuti de melhor livro de contos. Nada mau para a estreia de um autor iniciante e desconhecido. Só que, em se tratando de Dalton Trevisan, nada é tão simples: Novelas nada exemplares não era seu livro de estreia e ele não era nem iniciante nem desconhecido.

Lembremos primeiro a importância do Jabuti. O escritor curitibano tinha entre seus colegas premiados naquele ano nomes como os de Antonio Candido, com o fundamental Formação da Literatura Brasileira”, na categoria “História Literária”; Menotti del Picchia, escolhido como “Personalidade literária do ano”; o baiano Sosigenes Costa, como “Obra Poética”; e Marques Rebelo, pelo romance O trapicheiro. O evento da Câmara Brasileira do Livro estava apenas na sua segunda edição e desde então é o principal prêmio literário brasileiro.

Carpeaux detona Dalton

Novelas nada exemplares é um livro estupendo. Alguns críticos e amantes da literatura o colocam até hoje como entre os melhores de Dalton, com alguma polêmica, é claro, pois há títulos que rivalizam, como O vampiro de Curitiba, A guerra conjugal, Pássaro de cinco asas, A polaquinha, Cemitério de elefantes entre tantos outros – são quase cinco dezenas de livros lançados nesses 60 anos desde a suposta “estreia”.

O livro foi bem aceito, pela crítica, mas com algumas exceções.  O talvez mais respeitado crítico da época, Otto Maria Carpeaux (1900-1978), escreveu um texto demolidor sobre o livro e seu autor. Intelectual austríaco que havia se mudado para o Brasil em 1939, fugindo da Segunda Guerra, Carpeaux lançava no mesmo ano de 1959 o monumental História da Literatura Ocidental”, publicado em nove volumes pela editora O Cruzeiro, pelo qual viria a receber o prêmio Jabuti de melhor obra de crítica literária em 1964. Entre elogios e prêmios, Dalton receberia de Carpeaux o principal ataque:

“De um livro totalmente inútil o melhor seria não falar. Sou contra o conceito que atribui à crítica a tarefa de policiar o mercado de livros. O protesto só se justifica quando a publicidade ameaça perturbar a hierarquia dos valores, iludindo o público e, sobretudo, os escritores principiantes, sempre em perigo de seguir maus exemplos muito elogiados.”

Otto Maria Carpeaux.

E não para por aí. Em outro trecho a “desancada” continua ao falar sobre a suposta “insegurança” do autor curitibano ao retratar um mundo que não é o seu:

“Esta falta de segurança revela-se nas vacilações do seu estilo. Às vezes, dispersa o enredo (Chuva); outras vezes, conta em poucas páginas uma movimentadíssima vida inteira (Aventuras de João Nicolau). As mais das vezes conta em estilo de telegrama ou de notícias de repórter; outras vezes, perde-se nos meandros de intermináveis frases pseudoproustianas (A Velha Querida). Não é principiante no gênero, mas parece principiante na vida, de menor idade emocional do que intelectual. Os muitos pormenores observados na realidade não se integram numa realidade artística, reflexo da outra. As histórias do Sr. Dalton Trevisan, contos de más fadas, parecem-se com Tagtraeumen, sonhos de acordado, excessos de imaginação desenfreada de um adolescente cheio de ódio contra sua realidade que é ‘luxe, calme et volupté’ duma existência comodamente burguesa.”

Joaquim detonou Carpeaux

A “paulada” de Carpeaux em Trevisan, no entanto, surgia de um ressentimento antigo, que esperou mais de dez anos até se concretizar em vingança e vir a público na forma dessa crítica literária. Tudo teria começado em 1948, por causa de um artigo no último número da revista Joaquim (1946-1948), criada, editada e publicada por Dalton Trevisan. Nessa revista, que teve reconhecimento em todo o país, o jovem Dalton conseguiu a colaboração de importantes nomes da cultura nacional, como Carlos Drummond de Andrade, Mario de Andrade, Vinícius de Moraes, Di Cavalcanti, Portinari e, entre muitos outros, o próprio Otto Maria Carpeaux. Ao mesmo tempo em que abria espaço para essas colaborações, a revista cumpria um papel provocador e até agressivo com personalidades locais e nacionais. Carpeaux, apesar de ser um colaborador da revista, não foi poupado.

No artigo intitulado “500 ensaios”, o austríaco recebeu um forte ataque, até com respingos xenófobos, segundo o qual seus escritos teriam uma “única preocupação: a de deitar erudição, de nos aturdir com a sua duvidosa sabedoria”. E o texto continua referindo-se às críticas de Carpeaux com expressões como “falta sinceridade e honestidade”, “inconsistente”, “de mau gosto”, de erudição “indigesta, irreal e às vezes falsa”.

Como o artigo não estava assinado e Dalton Trevisan era o responsável pela revista e o que sempre escrevia os textos mais polêmicos, Carpeaux deduziu que teria sido ele o autor. No entanto, em seu livro de memórias “Diário de um crítico – 1957 a 1963” (Imprensa Oficial do Paraná, 2001), o também crítico curitibano Temístocles Linhares revela que fora ele o autor de “500 ensaios”. No livro, Linhares não perde a oportunidade de espicaçar mais uma vez o desafeto, afirmando que a vingativa crítica a Trevisan seria mais uma prova do “caráter mesquinho” de Carpeaux.

Críticas boas

Muitos críticos receberam com entusiasmo o NNE, entre eles podemos citar José Paulo Paes, Otto Lara Resende, Fausto Cunha e muitos outros que continuam debatendo o livro e a literatura de Dalton até nossos dias. Mas foi Carlos Heitor Cony quem respondeu a Carpeaux na “orelha” de apresentação da segunda edição de Novelas nada exemplares, já pela editora Civilização Brasileira, em 1965. Escreveu Cony:

“Há tempos, quando da estreia de Dalton Trevisan em livro, justamente este ‘Novelas nada exemplares’, Otto Maria Carpeaux cometeu, a meu ver, um excesso de rigor crítico. Impressionado por aquilo que chamou de ‘provocação’ (o título inspirado ou contra-inspirado em Cervantes), mestre Carpeaux fez restrições ao livro. Mas o próprio fato de Otto Maria Carpeaux despencar em cima do estreante todo o peso de seu laboratório crítico já revelava alguma coisa. Pois em Dalton Trevisan nascia o grande contista nacional que hoje todos admiramos. Mesmo naquela crítica feroz, Carpeaux reconhecia em Trevisan o ‘observador atento dos pormenores da realidade’. E apontava que ‘talvez a sua verdadeira vocação seja a de cronista do quotidiano’.”

E Cony conclui a apresentação com mais elogios:

“…me dá vontade de citar Checov e Maupassant. Mas não sou crítico. Como simples leitor, cumpre-me expressar o respeito e a admiração pela obra do contista paranaense, certo de que a sua presença em nossas letras marca um dos momentos mais puros e belos de nossa época literária”.

Dalton missivista

O episódio da confusão com o texto da revista Joaquim com Carpeaux mostra que Dalton Trevisan já era uma pessoa conhecida no meio literário nacional antes mesmo da sua “estreia”. Em busca de artigos e colaborações e também para fazer a propaganda da publicação curitibana, Dalton iniciou uma troca de correspondência com importantes nomes da literatura e da intelectualidade brasileira. A Fundação Casa de Rui Barbosa, no Rio de Janeiro, tem uma coleção de 49 cartas e bilhetes de Dalton enviados a colegas como Carlos Drummond de Andrade, Pedro Nava, Rubem Braga, Antonio Callado e também Carlos Castello Branco, para quem enviou 17 cartas entre 1957 e 1963, justamente o período em que burilava a publicação de seus dois primeiros livros (primeiros livros? Já veremos que não é bem assim).

Em uma carta, chega a agradecer as sugestões de Castello que teriam sido “de grande auxílio no caso das NNE”. E também se queixa, em outra missiva, de 20 de junho de 1959, das críticas negativas de Carpeaux e do cronista carioca Carlinhos de Oliveira:

“… Já o artigo de Carpeaux é a resposta, com 10 anos de atraso, ressentimento, a dois editoriais da revista ‘Joaquim’: ‘Cartas de Mário’ e ‘500 Artigos’ (Dalton errou o nome de ‘500 ensaios’). Basta ver a referência, numa crítica literária, à minha ‘comodidade burguesa’. Mas não pense, meu caro Castello, que por não aceitar a opinião do Carlinhos e do Carpeaux, esteja enganado sobre o valor das ‘Novelas’, que me parece bem pequeno. Ele tem razão ao assinalar o provincianismo da minha literatura, o que aliás nunca neguei. Nesta merda de Curitiba eu me imerdo – e a colite não será uma fatalidade do lugar?”

Parênteses: comprovando que Dalton é um grande missivista, o Instituto Moreira Salles guarda 320 cartas e bilhetes que ele trocou com Otto Lara Resende. Infelizmente, a pedido do próprio “Vampiro de Curitiba” e da família de Resende, essa correspondência está interditada para pesquisa.

Uma falsa estreia

Na correspondência que mantinha com os “figurões” da literatura nacional ainda antes de da publicação de Novelas nada exemplares, Trevisan costumava enviar-lhes de quando em quando, livretos informais que ele mesmo publicava em pequena tiragem, em papel jornal, ou, posteriormente, mimeografados, lembrando na aparência as publicações de cordel. Prática que manteve até anos recentes, sendo possível encontrar essas publicações em alguns locais e com algumas pessoas específicas, como o livreiro Aramis Chaim. Portanto a literatura daltoniana já circulava, mesmo que informalmente, com o autor trocando ideias, impressões e sugestões com seus correspondentes.

A própria revista Joaquim já havia trazido também textos literários de Dalton, inclusive escritos em dois livros publicados anteriormente à “estreia” do NNE. O primeiro deles foi a novela Sonata ao luar, numa edição própria do autor, que também reproduziu alguns trechos na revista. O outro surgiu durante a curta existência de Joaquim e foi o livro de contos Sete anos de pastor, que o autor chegou a enviar para alguns de seus colegas com quem trocava cartas. Assim como Novelas nada exemplares trazia a referência ao Novelas exemplares, de Miguel de Cervantes, Sete anos de pastor reverberava o famoso soneto de Camões, além da referência bíblica, é claro. A revista Joaquim inclusive publicou anúncio vendendo o livro por reembolso postal. Qualquer um poderia comprá-lo em qualquer parte do país ao custo de trinta cruzeiros (a moeda da época no Brasil).

Ocorre que Dalton Trevisan renegou posteriormente esses dois livros anteriores, da mesma maneira que já havia renegado sonetos escritos na adolescência, alguns publicados na revista Tingui, que fundara aos 15 anos. Portanto, mesmo publicado por uma editora nacional comercial somente em 1959, a estreia não foi bem uma estreia pois Dalton Trevisan já tinha experiência, reconhecimento e até um diálogo com a “inteligência literária” da época quando Novelas foi lançado.

O professor e escritor Miguel Sanches Neto publicou no jornal Gazeta do Povo, entre 1994 e 1995 uma série de textos críticos sobre os livros lançados até então por Dalton. Depois, os artigos foram reunidos no livro Biblioteca Trevisan (Editora UFPR, 1996). No primeiro texto do livro, intitulado “Labirinto da solidão”, em que escreve sobre o NNE, Sanches Neto afirma que o curitibano já era um escritor experiente:

“O escritor já está maduro, possui um estilo pessoal, o que o faz senhor de um novo universo. Mesmo sendo o primeiro (se, como o autor, renegarmos as publicações fora do mercado), este livro o transforma numa grande revelação.”

Por onde andava o Vampiro?

Há um vácuo de tempo nessa história. O que teria feito o nosso misterioso vampiro de 1948 – quando já havia lançado seus dois primeiros livros renegados e encerrado a revista Joaquim – até 1959, quando surgiu o NNE? Podemos resumir rapidamente em alguns tópicos:

1 – Trabalhou como advogado

2 – Trabalhou na fábrica de vidros e porcelanas da família

3 – Colaborou com jornais e revistas de Curitiba enviando textos literários, escrevendo reportagens policiais e crítica de cinema

4 – Passou seis meses na Europa, viajando

5 – Casou-se e teve duas filhas

6 – Continuou a escrever, publicou informalmente seus livretos em estilo cordel e manteve uma intensa correspondência com figurões da literatura brasileira.

Metamorfose ambulante

Dalton Trevisan é um compulsivo quando se trata de burilar um texto. Difícil encontrar na literatura alguém tão apaixonado pelas frases e diálogos. Sempre tão diretos, cortantes de tão afiados. Na leitura, o resultado é que parece tudo tão simples, tão natural, mas não se engane caro leitor, dá um trabalhão escrever e reescrever daquele jeito.

A frase perfeita, para ele, não é aquela cheia de metáforas, de rococós, de enfeites. Dalton escreve tentando se aproximar da maneira como se fala. Para isso se apropria do que Manuel Bandeira chamou de um “falar cafajeste”, uma escrita popularesca, mas que evita as gírias passageiras. Usa o kitsch, o lugar comum, o popularesco a seu favor – ou a nosso favor, a favor da arte, como disse Umberto Eco em Apocalípticos e Integrados.

Para chegar a esse estilo próprio, trabalha e retrabalha cada frase. Interessante notar que mesmo após um texto já ter sido publicado, ele não para de mexer. Comprova-se isso nas sucessivas edições de seus livros ou na republicação de contos em coletâneas. Sempre há mudanças. Assim foi também com Novelas nada exemplares.

Para exemplificar, vamos pegar apenas o início e o fim do primeiro conto do livro, intitulado “Pedrinho”.

Na primeira edição, de 1959, o conto se inicia assim:

“O menino puxou a saia da mãe e queixou-se de que estava com dor de cabeça. A mãe disse que Pedrinho fosse brincar com o irmão; brincando, a dor passava. Ela já se atrasara com o jantar.

Quando a família sentou-se à mesa, faltava o Pedrinho.

– Onde está Pedrinho? – o pai perguntou.

– Está brincando lá fora – a mulher respondeu.

– Ele não estava com a gente – disse o irmão.

A mãe foi à janela:

– Vizinha, a senhora não viu o Pedrinho?”

Na segunda edição, de 1965, o início é assim:

“O menino puxou a saia da mãe e queixou-se da dorzinha de cabeça. Ora, que fosse brincar com o irmão; brincando a dor passava. Ela já se atrasara com o jantar.

Reuniu-se a família em volta da mesa.

– Onde está o Pedrinho? – perguntou o pai.

– Está brincando lá fora – a mulher respondeu

– Ele não estava com a gente – acudiu o irmão.

A mãe foi à janela:

– Vizinha, a senhora não viu o Pedrinho?”

Na quarta edição, de 1975, o texto já começa assim:

“O menino puxou a saia da mãe e queixou-se da dorzinha de cabeça. Ora, que fosse brincar com o irmão; brincando, a dor passava. Ela já se atrasara com o jantar.

Reuniu-se a família em volta da mesa.

– Onde está o Pedrinho? – perguntou o pai.

– Brincando lá fora – a mulher respondeu.

– Não com a gente – acudiu o irmão.

A mãe chegou à janela:

– Vizinha, não viu o Pedrinho?”

No mesmo conto, a última frase na primeira edição:

“E quando o pai, à hora do enterro, às cinco da tarde, beijou-lhe a testa ela lhe queimou os lábios”

Na versão de 1965:

“De repente caiu-lhe o cigarro apagado da boca e alguma coisa partiu-se dentro dele”.

E na versão de 1975:

“Caiu-lhe o cigarro da boca e partiu-se o coração em sete pedaços”.

Esse trabalho de estar sempre a reescrever foi comentado pelo próprio Dalton Trevisan em uma rara entrevista que ele deu ao jornalista Jorge Narozniak, enquanto o escritor tomava uísque com soda junto com os amigos Rubem Braga, Fausto Cunha e Temístocles Linhares, comemorando mais um prêmio recebido. A entrevista foi publicada no jornal Diário do Paraná, em 27 de junho de 1968. Quando questionado sobre o tempo que levava para escrever um conto, já que tinha revelado trabalhar o dia inteiro na firma da família, Dalton responde, segundo Narozniak: “a vida inteira. Nunca termino de escrever um conto. Cada vez que releio, reescrevo. Segundo os críticos, para pior”.

Curiosidades

1 – A primeira edição de “Novelas nada exemplares” foi publicada com 216 páginas pela José Olympio Editora, com capa de Poty Lazzarotto.

Poty era amigo de longa data de Trevisan, com o qual tinha colaborado na revista Joaquim, mas também já era um artista reconhecido no meio editorial produzindo ilustrações e capas para livros de grandes nomes da literatura nacional, inclusive a da primeira edição de Grande sertão: veredas”, de João Guimarães Rosa, que havia sido publicado no anterior.

2 – A ordem dos 30 contos da primeira edição não se mantém nas edições seguintes. Por exemplo, “A velha querida” e “João e Maria”, que em 1959 correspondiam aos contos de número 14 e 15, têm a ordem invertida na segunda edição. O mesmo acontece com outros, como “Uma aranha” e “O domingo”, “As maçãs” e “Às três da manhã”, e “Noites de amor em Granada” e “Olhos de peixe”.

“A asa da ema” que na ordenação da primeira edição aparecia como de número 26, passa a ser o 16º em edições posteriores.

“Últimos dias” era o conto que encerrava a sequência da edição da José Olympio, mas nas outras edições, o livro é encerrado com “Penélope”.

3 – Dalton muda também o nome de alguns contos. “Uma aranha”, passa a ser apenas “Aranha”. Já “As aventuras de João Nicolau” fica resumido a “João Nicolau”.

4 – Mesmo sendo considerado um livro de estreia, não há nenhum tipo de apresentação, nenhuma introdução, apenas um recado no início, anterior ao “Índice Geral”:

“Desta edição de ‘Novelas nada exemplares’ foram tirados, fora de comércio, vinte exemplares em papel linho Westerpost, assinados pelo autor”. (Uau, que raridade. Imagine quanto valem hoje. Pois no Mercado Livre há um anunciado por R$ 600).

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