Já se sabe que a pandemia se tornou um enorme obstáculo para diversas livrarias. Mesmo antes do vírus afastar as pessoas fisicamente, o mercado editorial apresentava sinais de colapso. No entanto, nadando contra a maré de portas fechadas que vem afundando grandes empresas do segmento no país, a rede de livrarias paranaense A Página conseguiu o que muitas sonhavam: sobreviver e ainda ampliar os negócios.
Entre 2006 e 2019, o setor editorial se mostrava debilitado, com uma diminuição do faturamento em 20%. Para piorar, a pandemia só acelerou as perdas. Entre março e abril de 2020, a receita do varejo de livros caiu em 47,6%. Isso significa que o setor vendeu 1,3 milhão de livros a menos do que no mesmo período de 2019. Os números são da pesquisa desenvolvida pela Nielsen BookScan em parceria com o Sindicato Nacional de Editores de Livros (SNEL) e com a Câmara Brasileira do Livro (CBL).
O resultado prático desses dados é a decadência de redes consagradas no segmento como a Saraiva e Cultura, que tiveram que fechar várias de suas lojas depois de se envolverem em processos de recuperação judicial e entrarem em risco de falência. Porém, nem tudo está perdido. Para os pequenos negócios, a saída das gigantes do mercado editorial significou uma possibilidade de crescimento.
É o caso da paranaense A Página, que já ocupa 11 lugares em oito cidades do Brasil. Fundada em 1997, por Gilmar Cosmo, o negócio é tocado hoje pelos irmãos, Gilmar e Murilo Cosmo. Criada inicialmente com o intuito de ser uma representante comercial, o foco da empresa logo mudou para a distribuição. Hoje, as duas matrizes da rede – em Curitiba e Porto Alegre – distribuem títulos para todo o território nacional e atuam em diversos segmentos como livrarias, escolas, cursos de idiomas e órgãos públicos.
Enquanto diversas editoras sofriam com a pandemia, no ano passado A Página expandiu seus negócios e inaugurou quatro novas lojas no país, fechando o ano com uma média de 200 mil livros vendidos por mês. “Onde existe crise, existe oportunidade”, afirma o empresário e um dos proprietários do Grupo A Página, Gilmar R. Cosmo Jr.
Ele explica que para crescer em meio à crise, a empresa precisou criar um ambiente de consumo diferenciado, que proporcionasse a melhor experiência para o público, além de contar com um atendimento personalizado.
Mesmo estando no varejo há apenas seis anos, Gilmar conta que a rede tem um plano de expansão “audacioso e muito bem estudado”. Neste ano, eles pretendem estar entre as três maiores redes de livrarias do Brasil. “Nossa meta é nos tornarmos referência em nossos segmentos e nas praças que atuamos. Para 2021, teremos duas novas unidades em Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre e uma em Umuarama e Pato Branco”, afirma.
Mercado virtual
Para sobreviver à crise do mercado editorial e manter a receita durante a pandemia, diversas editoras resolveram aderir aos clubes de livros ou apostar nas plataformas virtuais – os famosos e-commerce.
Segundo dados do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL), em 2018, as livrarias físicas representavam 50,5% do faturamento do setor, enquanto as vendas on-line ficavam próximas a 4% – sendo 0,7% de marketplaces e 3,4% de livrarias exclusivamente virtuais. No ano seguinte, a receita das vendas no ambiente on-line aumentou para 18%, cenário que tende a crescer ainda mais daqui para frente.
Além da presença nos shoppings, A Página vende os mais de um milhão de títulos disponíveis no estoque em e-commerce, marketplaces e no próprio site da livraria.
Serviço
Telefone: (41) 3213-5680 ou (51) 3019-5700
E-mail: [email protected]
WhatsApp: (41) 99915-1850
O horário de atendimento da livraria é de segunda à sexta-feira das 08h00 às 18h00. Por meio do WhatsApp, o leitor pode fazer pedidos de delivery de exemplares.
Colaborou: Maria Cecília Zarpelon
Onde ficam as lojas físicas?