Morre Fernandão, criador de jornais e dicionários

Jornalista foi um dos criadores do Lira Paulistana

Fernando Alexandre Guimarães Silva, o “Fernandão”, jornalista, dicionarista, poeta, agitador cultural, faleceu no último dia 7 em Florianópolis, por falência múltipla de órgãos. Nascido em Maceió, em 1950, em plena ditadura militar, foi para Curitiba estudar Jornalismo na Universidade Federal do Paraná. Passou frio, trabalhou em vários jornais simultaneamente, graduou-se em 1972 e mudou-se para Florianópolis. Na ilha, onde morou até 1974, trabalhou no jornal O Estado. Depois, passou uma temporada em Belém e decidiu mudar-se para São Paulo.

Foi, por dois anos e meio, editor da Gazeta de Pinheiros. Um dos criadores do Lira Paulistana (1979-1986), que funcionava como casa de shows, cinema, teatro, jornal, editora e gravadora. Em 1981 criou o Jornal do Lira, um dos primeiros guias de cultura e lazer do Brasil. O Lira Paulistana virou um dos principais espaços culturais alternativos de São Paulo. Pelo selo da gravadora do Lira saíram os dois primeiros discos de Itamar Assumpção, de Cida Moreira, grupos como Rumo, Língua de Trapo, Premeditando o Breque, Patife Band, entre outros.  

Na metade dos anos 80 voltou a viver em Curitiba, onde foi assessor de imprensa da Fundação Cultural. Boêmio, “de esquerda mas sem ser engajado”, fez muitos amigos na cidade. Trabalhou na TV Iguaçu, em O Diário do ParanáO Estado do ParanáIndústria e Comércio, sucursais da Veja e da Folha de Londrina. Autor de um dicionário famoso, Dicionário da ilhafalar & falares da Ilha de Santa Catarina, seguido pelo Dicionário do surf – a língua das ondas. Em sua última edição, de 2017, o Dicionário da Ilha já contava com 3.732 verbetes, tendo vendido 57 mil exemplares desde sua primeira edição.

Ativo nas redes sociais, sobretudo no Facebook. Organizava um livro de poemas. Faleceu no último dia 7, Dia do Jornalista, de falência múltipla de órgãos. Suas cinzas foram jogadas ao mar por dois amigos pescadores em uma bela cerimônia, no último dia 10, em Florianópolis. Seu blog Tainha na Rede pode ser acessado aqui: https://tainhanarede.blogspot.com/. Deixa uma filha, Tupá Guerra.

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