Conheça um livro novo por semana

Confira uma entrevista com Giovanni Guaragni, mais novo colunista de livros do Plural

Na semana passada, o Plural estreou uma coluna de livros em parceria com um canal de YouTube. A coluna Livros & Livres vai apresentar todas as quintas um livro sobre filosofia ou ciências humanas, em vídeos curtos e leves. Quem faz o canal que deu origem à coluna é a dupla Giovanni Guaragni e Guilherme Bandeira. Aqui, nesta entrevista, Giovanni explica o que levou à criação do canal e fala sobre alguns de seus autores favoritos.

De onde surgiu a ideia do canal?

Surgiu a partir de conversas com um amigo. Hoje, ele cuida especialmente da identidade visual e ajuda na tomada de algumas decisões quanto ao canal e ao perfil do instagram (@canallivroselivres), recém-criado.

Por que livros de humanidades?

São os livros que leio e é a área em que sou formado. Quando novo, por maior que fosse o incentivo, as obras literárias não me prendiam. Até que, no ensino médio, fui obrigado a ler a “Apologia de Sócrates”. Foi a porta de entrada para drogas mais fortes, bem como para comprar mais livros do que consigo dar conta.

O canal tem um vídeo por semana, parece um ritmo de leitura bem acelerado. Como funciona?

O histórico ajuda! Acabei criando o hábito de ler ao menos um pouquinho por dia e, ainda que a média seja inferior a um livro por semana, os últimos anos foram bem aproveitados. Pensamos em explorar outros formatos no futuro, mas perceber o espaço para comentários sobre essas obras e a possibilidade de gravá-los foi, nas palavras de um amigo nosso, como “entregar o queijo na mão do suíço!”. As leituras já vinham sendo feitas, só faltava gravar.

Quem são teus autores favoritos?

Uma vez fui maliciosamente questionado pela minha namorada: “Se ocorresse um desastre e você pudesse salvar apenas um dos seus livros, qual seria?”. Sem muito pensar, mas com muito pesar, apontei: “Aquele azul, na segunda prateleira”. Era a famosa antologia de ensaios sobre a humanidade, do Isaiah Berlin, que, por uma questão de coerência, deve ocupar um lugar no pódio, ao lado de Albert Camus e George Steiner. Infelizmente, os três já são falecidos, o que, por outro lado, ajuda no aspecto estratégico da resposta, pois dificilmente serei pego de surpresa por notícias escandalosas e críticas de pessoas que não sabem diferenciar o autor de sua obra.

Que papel esse tipo de discussão pode ter numa democracia tão enlouquecida quanto a nossa?

Não sei ao certo, mas espero que algum. Informação de qualidade e certificação de fontes parecem cada vez mais importantes, em um mundo que lhes dá cada vez menos valor. Pessoas querem questionar e criticar ideias, sem sequer compreendê-las minimamente. A ausência de verdades universais – na esteira de Richard Rorty, injustamente não foi citado na resposta anterior – deveria fazer com que fôssemos mais cautelosos com nossas crenças e asserções, não com que legitimássemos toda e qualquer narrativa, reduzindo tudo a uma questão de gosto e opinião. Pluralismo e relativismo são coisas diferentes, já dizia o sujeito do livro azul, na segunda prateleira.

Confira a primeira coluna aqui.

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