Jardim Literário é uma boa ação, ou melhor, várias

Evento acontece neste sábado (19) e tem distribuição gratuita de livros que fazem o bem dentro e fora do no Hospital Pequeno Príncipe

O Jardim dos Sonhos do Hospital Pequeno Príncipe vai celebrar a literatura e promover um encontro entre leitores e autores na manhã deste sábado (19). É o Jardim Literário, evento aberto e gratuito, que vai presentear os visitantes com livros cheios de histórias especiais, dentro e também fora de suas páginas. 

Os três títulos, que terão a segunda edição lançada no evento, foram financiados pela Lei Federal de Incentivo à Cultura para beneficiar o hospital. Para a surpresa de muitos, o enredo dessas obras não foi criado pensando em dar dinheiro à instituição, mas algo igualmente importante: o acesso à cultura. Esses livros, que chegam agora às mãos da comunidade, já foram distribuídos para crianças e adolescentes internados no Pequeno Príncipe, e sempre são vistos pelos corredores do hospital.

“Que pira é essa?” e “No Reino de Araucarilândia”

Esses dois livros de José Álvaro da Silva Carneiro acertam na hora de ganhar os mais novos para falar de temas bem importantes: preservação da natureza, história, cultura e valorização dos povos originários. Pode parecer muita coisa, mas nem dá para notar quando você está com os exemplares nas mãos. Carneiro é diretor-corporativo do Complexo Pequeno Príncipe, mas também é pai, avô e ativista – o que faz todo sentido depois que você lê seus textos.

Para despertar a curiosidade, os títulos usam artifícios diferentes, cada um guarda um segredinho para ganhar os leitores. Contudo, a leitura foi preservada como experiência, não se trata de livros-brinquedos. Para conhecer as histórias é preciso ler, mesmo que para isso seja necessária a companhia de um adulto. 

“Que pira é essa?” começa com uma poesia sobre o passeio mágico da menina Inaiê em sua canoa, depois fala da língua para falar de história, para mostrar como a cultura dos povos originários é rica e como é determinante para a nossa identidade. Fala, mas sem dizer desse jeito. Na segunda parte do livro, a “pira” é despertar a curiosidade do leitor. O conhecimento está ali, ele vem e você nem nota. Por não ter aquele tom didático, geralmente quadradinho, fica divertido. 

Esse livro, inclusive, virou um jogo aqui em casa. A edição traz como brinde um pôster com palavras ilustradas do “Tupi que a gente fala”, foi ali que começou: escolhe uma; agora acha onde está no cartaz; é a minha vez; não, eu vou de novo. A proposta não foi minha, nasceu sozinha no meu “curumim” logo que abriu o papel colorido. A minha palavra preferida foi “nhe-nhe-nhem”, que eu nem sonhava ter vindo do Tupi, e ele escolheu “piracema”, com ondas e peixinhos desenhados como por uma criança. Do desenho, ou melhor, da ilustração de Carla Irusta, veio a vontade de procurar o significado no glossário que está nas últimas páginas do livro. 

“No Reino de Araucarilândia” é o faz de conta que leva os pequenos para um passeio, guiados por dois curiosos aventureiros, pela natureza ainda comum ou já rara na capital e no estado do Paraná. Tem o lúdico e também tem a informação certinha; tem o que quase todo mundo já sabe, como a gralha azul, e o curioso, como uma águia paranaense; tem blocos de texto bons para leitura dos menores e ilustrações bem maneiras (dá até para colorir). 

E ainda tem a metáfora. Os pequenos ganham óculos mágicos, com eles dá para ver todo o encanto das espécies de plantas e bichos nativos dessa região ao longo das páginas. Na verdade, a ideia é que as crianças abram bem os olhos para a importância da preservação das matas, das florestas e dos animais. É claro que os óculos-máscaras da Menina Fada das Araucárias e do Menino Vespa emolduraram os olhares durante a leitura por aqui.  

“Jardins Imaginários”

A segunda edição de “Jardins Imaginários” vai sair do prelo e ir direto para o evento deste sábado, então não deu para experimentar o livro, como fizemos com os dois anteriores. O que se sabe é que é para ler, mas também para colorir, e que a obra faz um convite para que o leitor fantasie, levado por anedotas sobre jardins históricos brasileiros e franceses. As histórias também são cheias de referências à obra de Saint-Exupéry, o autor de “O Pequeno Príncipe”. 

O livro é indicado para todas as idades e foi escrito por Delphine Lacroix e Elza Carneiro. Lacroix nasceu na França, é especialista na obra de Saint-Exupery e participa de inúmeras iniciativas que mantêm viva a memória sobre a obra e vida do escritor. Carneiro é cozinheira profissional formada pela escola Le Cordon Bleu, de Paris, e foi coautora de “Comida de Afeto – Lembranças Embaladas Para Viagem”.

Esta nova edição é uma tiragem trilíngue (português, inglês e francês) e as ilustrações são assinadas por André Mendes. 

Jardim Literário com lançamento de livros

Sábado (19/11), às 10h. No Jardim dos Sonhos do Hospital Pequeno Príncipe, em frente à fachada histórica (entrada pela Avenida Silva Jardim, 1677). Evento gratuito e aberto à comunidade, com distribuição de livros para os visitantes.

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