Goethe-Institut celebra 50 anos em Curitiba com dois murais de grafite

Instituição alemã dá espaço para artistas curitibanos e hoje abriga painéis dos artistas André Coelho e Michael Devis

Em 2022, o Goethe-Institut celebra 50 anos de presença em Curitiba. Dentre as ações de comemoração do aniversário, está a elaboração de dois murais em grafite nas paredes internas do instituto, criados por artistas locais.

A ideia surgiu de um brainstorming entre o profissional de relações públicas Péricles Bostelmann e o colaborador Renan Ribeiro, que sugeriu a intervenção em alguns dos espaços do Goethe-Institut, no Alto da XV, trazendo uma forma de expressão que fosse atual e colorida, já que o prédio possui muitas paredes brancas. 

Painéis

“Observando os painéis de graffiti pela cidade, que estão cada vez mais presentes, cheguei à conclusão que poderíamos convidar artistas locais que desenvolvem esse tipo de arte”, diz Bostelmann.

Para o trabalho, foram chamados os artistas André Coelho e Michael Devis, ambos com obras espalhadas pela cidade. Coelho, por exemplo, tem um mural na Biblioteca Pública do Paraná.

Bostelmann conta que a escolha dos artistas se deu pela qualidade do trabalho dos dois. No Goethe-Institut, o mural Coelho, por coincidência, também está na biblioteca da instituição. O trabalho de Devis, ele descobriu numa pesquisa pelo Instagram.

Cultura alemã

A proposta da arte criada por Coelho na biblioteca do Goethe foi a de celebrar a cultura alemã presente nos diferentes materiais disponíveis para empréstimo, como livros, CDs, jogos e filmes, através de uma imagem que transmitisse tranquilidade e alegria. 

“Criei a figura dessa imagem feminina lendo um livro e em volta dela alguns elementos que simbolizam cada uma das atividades. E um pássaro voando, simbolizando também a imaginação, o aprendizado”, explica o artista, que tem como referência “muito especial” o muralista curitibano Poty Lazzarotto

Mural criado por André Coelho colore a biblioteca do instituto. Foto:

“Quando eu era pequeno, meu pai – que é arquiteto – me levou na casa do Poty. Fiquei muito admirado de ver aquela mesa com vários desenhos, nanquim, bico de pena e lembro muito bem de um desenho. De repente, o Poty pegou um copo, molhou [a base dele] na aquarela e pôs em cima do desenho. Quando tirou, ficou a marca daquele copo ali. Isso me fez pensar: ‘Nossa! A gente pode fazer tudo no desenho!'”, diz Coelho. 

Próximas

Já para a recepção do Goethe-Institut, Devis criou um mural para celebrar a aproximação entre Alemanha e Curitiba, proporcionada pelas atividades e serviços oferecidos pelo instituto. Estão ilustrados e sobrepostos diferentes símbolos da cidade e do país estrangeiro, como o Museu Oscar Niemeyer e o Portão de Brandemburgo, além de uma pequena capivara que corre entre as cores. 

O artista tem como base artística a cultura japonesa, mas busca também referências no dia a dia da cultura da rua. “Vejo o que as pessoas estão pintando, os murais das cidades em que eu passo, as culturas locais, para trazer um pouco disso pra dentro do meu trabalho. Em Curitiba, me inspiram muito as capivaras”, diz Devis.

Parceria

Para ambos os artistas, a experiência de fazer um mural no Goethe-Institut foi enriquecedora. Devis conta que adquiriu muito conhecimento sobre a Alemanha e que as energias positivas se conectaram. Coelho diz que a parceria com espaços culturais é sempre um grande prazer. “Você está num espaço que é vivo, que é usado. Fiquei muito feliz com o convite. Fazia anos que eu não ia no Goethe e gostei de ver como o espaço está bem cuidado e bem conservado.”

O Goethe recebe visitas das 9h às 19h, de segunda a quinta-feira. E a biblioteca é aberta para toda a comunidade.

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