Filme de Aly Muritiba, diretor radicado em Curitiba, vai representar o Brasil no Oscar

Longa premiado no Festival de Veneza em setembro deste ano conta uma história de amor, encontros, afetos e tolerância

O longa-metragem “Deserto Particular”, do baiano radicado em Curitiba Aly Muritiba, representará o Brasil na disputa por uma vaga na categoria Melhor Filme Internacional na 94ª edição do Oscar, que acontece em março de 2022. A notícia foi divulgada nesta sexta-feira (15) pela Academia Brasileira de Cinema (ABC).

O filme foi escolhido pelo Comitê de Seleção da ABC dentre 15 obras inscritas: “7 Prisioneiros”, “A Nuvem Rosa”, “A Última Floresta”, “Cabeça de Nêgo”, “Callado”, “Carro Rei”, “Cavalo”, “Doutor Gama”, “Limiar”, “Medida Provisória”, “Meu Nome É Bagdá”, “Por que Você Não Chora?”, “Selvagem” e “Um Dia com Jerusa”.

Agora, o longa será avaliado junto das indicações de outros países até que seja anunciada a lista de 15 pré-indicados à categoria de Melhor Filme Internacional, em dezembro. Depois disso, em 8 de fevereiro, serão selecionados os cinco finalistas que concorrerão ao prêmio da Academia Americana.

“Foi uma escolha difícil. Ficamos entre alguns filmes, considerando cinematografia, temas. Por fim, chegamos a um consenso. […] Deserto Particular traz um tema muito importante: como o amor pode ser um agente de transformação. É disso que o mundo precisa hoje”, afirmou o produtor Leonardo Edde, membro do Comitê de Seleção da ABC. 

Foto: Divulgação

Aclamado no Festival de Veneza, onde foi ovacionado por 10 minutos e de onde saiu com um prêmio do júri, “Deserto Particular” conta a história de um romance que começa na internet e acaba cruzando o Brasil, de norte à sul. Após ser afastado do trabalho por conta de um erro, o ex-policial curitibano Daniel (Antonio Saboia, de Bacurau) decide partir em direção ao sertão baiano à procura de Sara (Pedro Fasanaro), uma pessoa não binária por quem ele se apaixonou virtualmente.

“Há muito tempo sentia vontade de fazer um filme na Bahia. Com Deserto Particular tive a oportunidade de contar essa história que começa no Paraná e termina na Bahia e que, de certo modo, une esses dois mundos que eu habito e que me habitam. Foi um processo maravilhoso fazer essa primeira história em meu estado com uma história de amor”, conta Aly, que relembra o longo processo de produção do filme – cerca de seis anos desde a escrita até o resultado final.

O filme integra a programação da 45ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, que começa na próxima quinta-feira (21). A estreia nos cinemas está marcada para o dia 25 de novembro.

Ficha Técnica

  • Elenco: Antonio Saboia, Pedro Fasanaro, Thomás Aquino, Cynthia Senek e Laila Garin.
  • Roteiro: Aly Muritiba e Henrique Dos Santos.
  • Direção: Aly Muritiba.  
  • Direção de fotografia: Luis Armando Arteaga. 
  • Direção de arte: Fabíola Bonofiglio e Marcos Pedroso.
  • Figurino: Isabella Brasileiro.
  • Caracterização: Britney Federline.
  • Montagem: Patrícia Saramago.
  • Som direto: Marcos Mana.
  • Direção de produção: Thamires Vieira, Max Leen. 
  • Produção executiva: Chris Spode e Raiane Rodrigues.
  • Desenho de som: Daniel Turini, Fernand Henna e Henrique Chiurciu.
  • Produção: Antonio Gonçalves Junior e Luís Galvão Teles.
  • Empresas produtoras: Grafo, Muritiba e Fado Filmes.

Aly Muritiba

Aly Muritiba nasceu em Mairi, no interior da Bahia, mas veio para Curitiba estudar Cinema na Faculdade de Artes do Paraná (FAP). Acabou ficando por aqui, onde começou a carreira de cineasta. Entre suas obras estão os curta-metragens “Pátio” (2013), “A Fábrica” (2012) e “Tarântula” (2015); e os longas “Circular” (2011), “Para Minha Amada Morta” (2015), que foi premiado no Sundance, maior festival de cinema independente dos Estados Unidos, “Ferrugem” (2018), premiado no Festival de Gramado e “Jesus Kid” (2021).

O cineasta também é reconhecido pela direção da série documental “Caso Evandro”, da GloboPlay, e da série “Carcereiros”, co-produção da Globo e da SprayFilmes.

Reportagem sob orientação de João Frey

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