Fidé exibe 24 filmes sobre temas urgentes

Festival de documentários tem sessões gratuitas na Cinemateca de 7 a 11 de novembro

“A ideia da alteridade é muito rica, muito explorada no documentário. O cinema documentário é você exacerbar a ideia do outro”, diz Mariana Sanchez, uma das organizadoras do Festival Internacional do Documentário Estudantil (Fidé).

De 7 a 10 de novembro, na Cinemateca de Curitiba, a quinta edição do Fidé exibe filmes sobre temas urgentes, feitos por diretores de países como Alemanha, Grécia, Polônia e Brasil. As sessões têm entrada gratuita, mas é preciso retirar os ingressos uma hora antes, na bilheteria.

“O documentário nunca é a última palavra sobre alguma coisa. É um recorte, uma visão singular sobre um assunto”, diz Sanchez. Daí o evento deste ano se interessar por novos olhares, pela visão do outro. “É um festival que trata do político, daquilo que está latente no nosso tempo, das mais variadas formas”, diz. 

Nesta quinta edição, 600 obras passaram pelo processo de curadoria do festival. Nas edições anteriores, esse número girava em torno das 150 inscrições. O aumento significativo se deve ao uso de uma plataforma internacional online, que permitiu a inscrição de obras de países como Irã e Polônia. 

Ao todo, 24 filmes serão exibidos durante as quatro noites de festival, com bate-papos acompanhando o filme de abertura e a Sessão Retrospectiva (os dois únicos momentos em que obras não estudantis serão exibidas). 

Para quem fica com receio do termo “estudantil”, Sanchez garante que não há motivos para se preocupar. “Quando você vai para o Fidé vê filmes muito potentes, bem feitos e bem-acabados, desconstrói essa ideia”, diz. A ideia de ter realizadores atrelados a instituições de ensino é, explica a organizadora, valorizar o estudo do cinema documentário. 

Os critérios de escolha das obras passaram por questões estéticas e narrativas, como qualidade da abordagem, linguagem utilizada e temática. “Tentamos trazer obras com uma temática essencial, uma narrativa inovadora, uma linguagem singular. Foi um pouco isso o que norteou a nossa seleção este ano”, diz. Em termos de temática, predominam as obras políticas. “A maioria dos filmes que recebemos tinha uma questão política forte. Não ‘política’ falando de partidos, ou de movimentos, mas sobre temas que podiam falar sobre o político”, diz. Algumas das obras selecionadas – entre elas, três curitibanas – falam sobre imigração, refugiados, questões de gênero e de raça. 

No Fidé, a maior parte dos selecionados será exibida pela primeira vez – esse é um dos maiores atrativos do festival. Algumas exibições se destacam. É o caso do filme de abertura, “Cine Marrocos”, do jornalista e documentarista Ricardo Calil, que mostra a ocupação do cinema que já foi um dos mais importantes – e luxuosos – da América Latina; do longa “A festa”, que registra a polarização política dentro de uma família polonesa; e do documentário “Tetê”, que explora o universo de Tetê Espíndola – uma figura célebre da música popular brasileira dos anos 1980. 

Além das exibições, o Fidé traz para a Cinemateca uma exposição inédita da fotógrafa curitibana Isabela Lanave. No hall de entrada do local, as fotografias de “Cidade das Rosas” fazem parte de uma pesquisa sobre a construção do imaginário da loucura no Brasil, que resgata o fato conhecido como “Holocausto Brasileiro”. 

Serviço
Festival Internacional do Documentário Estudantil 2019
Onde: Cinemateca de Curitiba, rua Carlos Cavalcanti, 1174 (São Francisco)
Quando: de 07 a 10 de novembro 
A programação completa e detalhes sobre as obras exibidas podem ser conferidos no site do Festival

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