Janela indiscreta

Um poema sobre Curitiba, em 2020

Em algum lugar perto deste hotel

alguém desafina uma Aquarela Brasileira no saxofone.

Longe, a espinha das serras azuis.

Um avião decola de São José dos Pinhais

rumo a Londres ou Londrina,

cruza o céu cinza da cidade grande.

Velha araucária espremida

entre prédios espelhados.

Na TV, mais uma delação premiada.

Pessoas trabalhando ou nos celulares

em cada uma dessas janelas, abelhas.

Luzes se acendem, luzes se apagam.

A tarde cai fria e depressa.

Triste carne, triste Curitiba.

Sobre o/a autor/a

1 comentário em “Janela indiscreta”

  1. Maria Emília Loyola Ponestk

    Poema perfeito para o dia de hoje, acho que saiu do forninho agorinha. Parabéns! Quem é de Curitiba conseguiu reproduzir em sons e imagens todos os versos…lindos, cinzas e entristecidos, mas a nossa cara!

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