Construtora começa processo para preservar mural de Poty

Trabalhos terão três fases e a primeira diz respeito ao arquivamento com fotos de altíssima resolução e também em infravermelho; além do decalque dos desenhos

Há novidades sobre o mural de Poty descoberto numa casa do Batel prestes a ser demolida. Em entrevista, a construtora Porto Camargo – atual proprietária da casa que guarda a pintura – afirma que “assumiu a tarefa de preservá-lo ao máximo”. Já o Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU/PR), em nota oficial, revela que pretende ficar com o mural, que foi pintado pelo artista numa das paredes da casa.

A história do mural assinado por Poty Lazzarotto ganhou destaque no Plural, no mês de abril. Em maio, outra matéria contou detalhes sobre o restauro profissional feito em 2017 na pintura que ilustra a parede de uma casa na rua Olavo Bilac.

Agora, a construtora diz que investiu na segurança do local e contratou profissionais para fazerem o levantamento artístico e a documentação do painel. A sugestão inicial indicada pela equipe é a remoção da parede para que seja reinstalada em outro local. (Uma reportagem da RPCTV, na semana passada, também falou sobre o mural.)

Três fases

O processo de preservação, conforme explica a construtora, é composto por três fases. A primeira está acontecendo neste momento e compreende a documentação com o objetivo de “perpetuação do painel”. Para tanto, recorreram ao arquivamento por métodos digitais em fotos de altíssima resolução e fotografia em infravermelho; além do decalque dos desenhos. Esses procedimentos, “permitem que a imagem do painel possa ser revista e, se necessário for, reconstruída, assegurando a perpetuação da memória do artista”, afirma a Porto Camargo.

Na segunda fase, é preciso fazer a proteção mecânica e perimetral da parede. Por último, na terceira etapa, entram as atividades de engenharia. A Porto Camargo também diz que ainda não tem os resultados sobre a viabilidade técnica para as próximas fases do processo, informações que espera ter em breve.

A condução artística e técnica está a cargo da equipe da restauradora Suely Deschermayer, que já atuou em situações parecidas envolvendo obras de outros artistas.

Ajuda do CAU

O CAU/PR afirma que procurou a Porto Camargo assim que soube do caso e – por meio de sua presidência – ofereceu ajuda na busca de uma solução, pois é uma “autarquia federal comprometida com a preservação do patrimônio histórico”. A instituição foi a responsável por intermediar o contato com o fornecedor que realizou o escaneamento 3D do mural, que “revela detalhes como a espessura e o número de camadas da pintura”, explica Milton Zanellato, presidente da instituição.

Na nota enviada ao Plural, e publicada no site do Conselho, o CAU/PR afirma que pretende ficar com o mural e levá-lo para a nova sede da instituição – uma casa projetada pelo arquiteto Lolô Cornensen tombada pelo Conselho Municipal do Patrimônio Cultural de Curitiba.

Entretanto, ao ser questionada se existe algum interessado na obra, a Porto Camargo disse apenas: “Acreditamos que o painel despertaria uma série de interesses, obviamente. Contudo, nesse momento, com todas as incertezas técnicas envolvidas, é mais importante primeiro nos dedicarmos ao painel em si, levantar todas as necessidades e informações para então, com segurança, tomar a melhor decisão possível neste sentido”.

Sobre o/a autor/a

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

O Plural se reserva o direito de não publicar comentários de baixo calão, que agridam a honra das pessoas ou que não respeitem níveis mínimos de civilidade. Os comentários são moderados por pessoas e não são publicados imediatamente.

Rolar para cima