Blockbusters são aposta para atrair público de volta aos cinemas

Em Curitiba, salas de exibição têm autorização para funcionar desde o último dia 10

As restrições impostas para diminuir a propagação do novo coronavírus tiveram grande impacto na indústria do entretenimento. Especificamente o cinema viu interrupções em todas as etapas do processo, da produção à exibição de filmes. O resultado foi o fechamento definitivo de salas de cinema por todo o país, demissões em massa em grandes redes de exibição e um faturamento muito abaixo do esperado. A Associação Brasileira das Empresas Exibidoras Cinematográficas Operadoras de Multiplex (Abraplex) estima que o setor deva deixar de arrecadar aproximadamente R$1,2 bilhão em 2020.

Com o número de mortes em queda, diversas cidades brasileiras começaram a autorizar a retomada das atividades culturais. Em Curitiba a luz verde veio no dia 9 de outubro, quando a Prefeitura publicou decreto liberando a reabertura de estabelecimentos destinados ao entretenimento, desde que respeitada a capacidade máxima de 50 pessoas.

No momento, três exibidores estão em atividade na cidade: o Cine Passeio, cinema de rua vinculado a Fundação Cultural de Curitiba; o Cineplus, que possui salas em três shoppings curitibanos; e o IMAX Palladium, que tem uma única sala no shopping Palladium.

A reabertura das salas de cinema vem acompanhada de desafios. Além de restringir o número de assentos disponíveis por sala, as sessões diárias foram reduzidas para encaixar a higienização das salas entre cada exibição. Os cinemas exigem o uso de máscaras durante a sessão, disponibilizam dispensers com álcool em gel para os frequentadores e sinalização para garantir o distanciamento social. Os clientes também são encorajados a comprar os ingressos com antecedência, via Internet.

Outra restrição, imposta pelo decreto municipal, está relacionada ao consumo de alimentos e bebidas dentro das salas. Pipoca, refrigerante e qualquer tipo de lanche estão proibidos.

O que está em cartaz agora

Com a produção parada e a exibição ameaçada pela pandemia, os grandes estúdios norte-americanos suspenderam seus calendários de lançamento. Filmes como “007 – Sem Tempo Para Morrer”, “Mulher-Maravilha 1984” e “Viúva Negra” tiveram suas datas de estreia alteradas para 2021. As poucas apostas para 2020 foram adiadas diversas vezes, ou perderam seus lançamentos cinematográficos. O caso mais famoso é “Mulan”, que foi lançado pela Disney em sua plataforma de streaming.

Nesta quinta-feira (29), aconteceu o primeiro grande lançamento nas salas brasileiras desde o início da pandemia. Segundo o portal Filme B, “Tenet”, dirigido e roteirizado por Christopher Nolan, estreou em 445 cinemas em todo o país, ocupando 965 salas. O longa tinha estreia prevista para julho, mas teve lançamento internacional apenas em agosto. Foi para os Estados Unidos em setembro e chegou ao Brasil agora. O filme está fadado a se tornar um fracasso financeiro, já que o número reduzido de salas, sessões e poltronas, somado ao receio do público de retornar aos cinemas o impediu de atrair espectadores.

Atividade de risco

Segundo um gráfico elaborado pela Texas Medical Association, a visita ao cinema é uma atividade de alto risco de infecção pelo novo coronavírus. No dia 10 de outubro, data em que o decreto que liberou o retorno das salas de cinema entrou em vigor, Curitiba registrou 391 novos casos de covid-19 e sete óbitos de moradores. Nesta quinta-feira, 29 de outubro, a cidade teve 368 novos casos e oito mortes.

Embora os números demonstrem estabilidade há algumas semanas, o retorno de uma quantidade cada dia maior de setores pode afetar a curva de contágio. A recomendação dos exibidores é que espectadores que integrem grupos de risco evitem as salas de cinema por enquanto.

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