“Belle”, de Mamoru Hosoda, fala sobre a importância de ter empatia

Com um clima positivo, "Belle", o novo filme de Mamoru Hosoda, é muito mais que uma releitura de “A bela e a fera”

Como a maioria dos animes feitos pelo diretor Mamoru Hosoda, “Belle” também tem um pezinho no fantástico. Porém, desta vez, o fantástico é mais “possível”. Pois trata-se de uma fantasia tecnológica – e não de monstros ou poderes mágicos.

Na história, os adolescentes – na verdade, quase toda a população do mundo – têm uma conta no universo virtual chamado “U”. Dentro desse programa, uma espécie de rede social imersiva, cada usuário recebe um avatar criado a partir de suas características físicas reais. Mais que isso, as habilidades do avatar também vem do seu “eu” real.

Dessa forma, as habilidades de cada um em “U” são baseadas na sua mente e também no seu corpo físico. Por exemplo, uma pessoa com alguma insegurança na vida real teria esse problema resolvido dentro do mundo digital. “U” serve para expor o que há de melhor em cada um.

Suzu

Feita essa contextualização, há a protagonista. O anime acompanha a jovem estudante Suzu, tímida, insegura e muitas vezes chamada de “bebê chorão” por sua melhor amiga.

Desde criança, fica claro que a menina tem talento para cantar, habilidade que herdou da mãe. Infelizmente, depois da morte trágica da mãe, ela nunca mais conseguiu cantar.

Viver com esse trauma não facilitou nada sua vida social. Além de ver os outros se destacando com suas paixões, musicais ou esportivas, depois de ter perdido a única coisa que lhe fazia bem.

Belle

Sem ter mais nada a perder, Suzu decide entrar na comunidade de “U”. Seu avatar passa a se chamar Belle. A primeira coisa que fez dentro dessa nova realidade foi cantar. Para sua surpresa, ela conseguiu! E ficou extremamente feliz com isso. Porém, “U” é uma rede social e, como tal, Belle acabou atraindo muitos comentários negativos, mesmo tendo cantado pouco. (O ser humano é mesmo cruel.)

Mas não é só isso. Muito rápido, ela também conseguiu fãs, que a incentivaram para cantar mais. Belle passou a ser o avatar mais famoso de “U”, com milhões de seguidores.

Toda essa fama atraiu a atenção do Dragão, um usuário lutador, violento e temido por todos. Curiosamente, ele também despertou o interesse de Belle. Ele parecia ter algum sofrimento mascarado pela crueldade, que Belle também tinha, e mascarava com a música. Aí começam as semelhanças com “A bela e a fera”.

A linda celebridade começa a se aproximar do sujeito excluído e assustador. E, aos poucos, ela vai descobrindo mais sobre ele. Penetrando suas armaduras com cautela e gentileza. Dessa forma, confirmando que realmente existiam dores por baixo do avatar todo poderoso.

Ajuda

O “vilão” do filme não é Dragão, mas sim o “justiceiro” determinado a acabar com a fera.

Belle faz tudo que pode pra defender e ajudar Dragão, enquanto Suzu tenta descobrir a identidade dele. Não seria suficiente para ela salvar um avatar, ela precisa salvar a pessoa do outro lado da tela, que é quem realmente precisa de ajuda.

“Belle” tem um discurso positivo, do tipo que inspira a seguir seus sonhos. Mas fala, principalmente, sobre ter empatia e não julgar os outros sem saber pelo que a pessoa passou.

Muitas vezes pessoas cruéis sofreram muito (mas algumas vezes são só cruéis mesmo).

Onde assistir

“Belle” está disponível para alugar ou comprar em serviços de streaming como Google Play e iTunes.

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