Café, tango, bar. O letreiro em filete portenho – estilo de escrita típico de Buenos Aires marcado por espirais, cores fortes e efeitos tridimensionais mediante sombras e perspectivas – já dá a letra: ali é possível não só encontrar pratos argentinos, mas respirar um pouco a atmosfera de San Telmo, o histórico bairro da capital argentina.
Inaugurado em outubro do ano passado no São Francisco, em Curitiba, o Hornero aposta nos clássicos do país vizinho: empanadas, bife à milanesa e, claro, choripan. A casa é comandada pelo casal Ariel Santos e Pamela Sosa, originários de Bariloche, na Patagônia argentina, e radicados há 12 anos na capital paranaense. Ela comanda a cozinha e ele cuida do atendimento.
Abaixo da tevê, que exibe shows de tango e milonga, a estufa está recheada de empanadas quentinhas. A iguaria símbolo do país é preparada no forno de barro que, segundo os entendedores, dá um sabor único à massa e mantém a suculência do recheio. A palavra Hornero, além de significar padeiro em espanhol, identifica também a ave símbolo do país: o João de Barro.
São basicamente três estilos de empanada: a tradicional, que é oriunda da região central da Argentina e é recheada com filé mignon picado na faca e tem sabor de cominho bem marcante; a humita, feita com farinha de milho e recheio de queijo e cebola, que além de ser a versão que se come no Norte do país, era usada na Antiguidade como oferenda para Pachamama, a deusa dos povos dos Andes centrais; e por fim, a saltenha que leva carne, batata e azeitona e tem tamanho menor. A unidade sai por R$ 10, já o combo com cinco sabores custa R$ 45.
“A gastronomia argentina é muito simples e feliz, e a gente se diverte comendo. Já no Brasil, muitas vezes se converteu numa comida elitista. Nunca vi minha mãe fazer bife de chorizo em casa. Aqui oferecemos pratos típicos das famílias argentinas: empanadas, choripan e milanesa. Queremos que o nosso cliente se sinta em San Telmo”, explica Ariel.
Em janeiro, ele e a esposa fizeram uma viagem gastronômica de Ushuaia, no extremo sul da Argentina, até o norte do país, na fronteira com a Bolívia. Foram 16 mil quilômetros, passando por 18 estados argentinos, a bordo de uma caminhonete. “Fomos aprender novas receitas e sabores na fonte”, diz o empresário.
Além do cardápio, o espaço também vai passar em breve por uma reforma para abrigar mais mesas no interior, em preparação do inverno. Simples, o local comporta apenas duas mesas e mais alguns lugares na calçada. A decoração também vai dar mais ênfase à paixão do dono: o futebol e, em especial, o time portenho do Boca Juniors.
O choripan (R$ 15), outro carro-chefe da casa, é feito com uma linguiça produzida por uma fábrica seguindo a receita do casal, servida num pão ciabatta de fermentação natural e acompanhado de chimichurri da casa. Já a milanesa, bife empanado de filé mignon, é servida no pão baguete com alface, tomate e maionese (R$ 20).
O cardápio tem também lomo al plato, bife de filé mignon grelhado e acompanhado de alface, ovo estalado e pão ciabatta (R$ 30) e hambúrguer artesanal com queijo e ovo no pão brioche de fermentação natural (R$ 20). Medialunas doces e salgadas (a partir de R$ 5), pudim de doce de leite (R$ 8) e café tradicionais (a partir de R$ 4) completam o menu.
Serviço
Av. Jaime Reis 282, São Francisco, Curitiba. De domingo a quinta, das 8h às 23h; sexta e sábado das 8h às 00h. Instagram: @hornerocafe
Sobre o/a autor/a
Adorei saber sobre este espaço. Certeza q vou providenciar imediatamente uma ida e muitos retornos.
Super recomendo este local. É delicioso demais. Chego lá de bicicleta, pego minha empanada, escuto um bom tango e me imagino em Bueno Aires. É delicioso.
Que matéria super bacana, parabéns ao jornalista que soube colocar muitos bem as palavras, parabéns ao casal por esse espaço. Não vejo a hora de ir prestigiar esse lugar com tantas delícias e tanto carinho ao público.
Parabéns
Gostei muito da matéria e de saber de um local gastronômico interessante, com certeza, quando estiver no centro de Curitiba, passarei para fazer uma visita e degustar, destas delícias.