Petrobras anuncia venda de usina no Paraná a grupo canadense; petroleiros criticam o negócio

Trabalhadores dizem que o valor de venda está abaixo do que vale a unidade, localizada em São Mateus do Sul

A Petrobras assinou nesta quinta-feira (11) o contrato de venda da Unidade de Industrialização do Xisto (SIX), em São Mateus do Sul, no Paraná. A unidade foi vendida para a empresa canadense Forbes & Manhattan Resources Inc. (F&M Resources), pelo valor de R$ 178,8 milhões (US$ 33 milhões). A F&M é uma holding de capital fechado, focada em investimentos para desenvolvimento de projetos para exploração de recursos naturais, sobretudo em mineração.

Em nota, a Petrobras afirmou que mesmo após a conclusão da operação de venda, a estatal continuará operando a unidade através de um contrato de prestação de serviços por um período transitório enquanto o comprador estrutura seus processos e monta suas equipes.

“Os empregados da Petrobras que decidirem permanecer na companhia poderão optar por transferência para outras áreas da empresa. Outra possibilidade é a adesão ao Programa de Desligamento Voluntário, com pacote de benefícios. Nenhum empregado da Petrobras será demitido em decorrência da transferência do controle da SIX para o novo dono”, diz trecho da nota.

A venda da unidade foi criticada pelo Sindipetro Paraná e Santa Catarina, sobretudo pelo valor de venda, considerado baixo.

“A sanha do governo e gestores da direção da estatal em destruir a empresa é tão grande que o valor da venda da SIX não chega à metade do que a Petrobrás vai desembolsar no acordo com a Agência Nacional do Petróleo (ANP) para sanar as dívidas relativas ao não recolhimento de royalties sobre as atividades de lavra do xisto durante o período entre 2002 e 2012”, diz texto publicado pela entidade.

“Além do preço subestimado, o contrato firmado com os canadenses obriga a Petrobrás a comprar toda a nafta de xisto produzida na unidade por 15 anos, a enviar todo o lastro (borra de tanques de refinarias) para processamento na SIX por 12 anos e ainda a assumir o passivo ambiental identificado. A mina, por sua vez, foi cedida em comodato, ou seja, depois de 2034 a Petrobrás assumirá o passivo ambiental remanescente. Os absurdos não param por aí. O contrato ainda obriga a companhia a alugar a planta de pesquisa da unidade”, segue a nota dos petroleiros.

O sindicato disse ainda que vai se mobilizar para tentar evitar que o negócio se concretize: “Ainda há um longo caminho até o fechamento definitivo do negócio e o Sindicato, junto com toda a categoria petroleira, atuará em todas as frentes de batalha para impedir que a história da Usina do Xisto seja interrompida nos seus 67 anos”.

 

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