O diálogo foi breve – e não em boteco, mas, talvez por pura coincidência, dentro de um ônibus vermelhão.
– E os tais marcianos, existem mesmo?
– Acho que não… E, se é que existiram, os que ficaram por aqui devem ter sido abduzidos e se mandaram pra Brasília, já prevendo a ascensão de um lunático que viraria presidente e promoveria a destruição do país. Sem invasão de discos voadores…
– É, mas uma coisa é certa: com os marcianos e outros ETs, muita gente ganhou dinheiro – o cinema americano, por exemplo, faturou uma grana altíssima durante muitos anos.
– De fato, basta ver alguns dos sucessos – principalmente na$ bilheteria$: O Dia em que a Terra Parou – 2008. O Planeta Vermelho (2013); Perdido em Marte (2015); John Carter: Entre Dois Mundos (2012); Missão: Marte (2000); Fantasmas de Marte (2001); Marte Precisa de Mães (2011); Planeta Vermelho (2000); Marte Ataca! (1996); 2036 – Origem Desconhecida (2018); O Vingador do Futuro (1990), entre muitos outros.
ETs já em 1947
O motivo para ressuscitar a velha incógnita, a de visita de criaturas de Marte, o planeta vermelho, assim batizado por conta do óxido de ferro predominante em sua superfície, o que lhe dá uma aparência avermelhada, foi uma revista: Guia Mundo em Foco Especial: Marte.
Na publicação, de alto padrão gráfico,com imagens de sondas enviadas a Marte, há alguns registros (textos) sobre marcianos no Brasil. E o Paraná é citado abrindo a lista: em 1947, “um agricultor do Sul do Brasil, residente no Paraná, retratou ter se deparado com uma nave pousando e seres de quase 2 metros de altura nos arredores”.
A revista/livro não vai além. Não cita nem o nome da cidade onde teria ocorrido o episódio, ao contrário do ET de Varginha, Minas Gerais, que mereceria muitos registros a partir de 1996 e nos anos seguintes, ficando famoso.
Um alô dos terráqueos
Como não poderia faltar, a revista/livro registra algo comprovado, um grande sucesso: “Alô, Alô, Marciano”, de Rita Lee e Roberto de Carvalho, e que mereceu duas gravações magistrais, de Elis Regina e de Rita Lee.
Vale a pena ouvir ou ler – e cantar de novo:
– Alô, alô, marciano
Aqui quem fala é da Terra
Pra variar, estamos em guerra
Você não imagina a loucura
O ser humano tá na maior fissura porque
Tá cada vez mais down o high society
Down, down, down,
Loucura
Alô, alô, marciano
A crise tá virando zona
Cada um por si todo mundo na lona
E lá se foi a mordomia
Tem muito rei aí pedindo alforria porque
Tá cada vez mais down o high society
Down, down, down
O high society
Alô, alô, marciano
A coisa tá ficando russa
Muita patrulha, muita bagunça
O muro começou a pichar
Tem sempre um aiatolá pra atolar Alá
Tá cada vez mais down o high society
Down, down, down
O high society
Alô, alô, marciano
Aqui quem fala é da Terra
Pra variar, estamos em guerra
Você não imagina a loucura
O ser humano tá na maior fissura
Tá cada vez mais down o high society
Down, down, down
O high society
PS: depois de descer do vermelhão, a dupla procurou o boteco mais próximo. Afinal, o mundo não gira em torno de você – a não ser quando você bebe demais.