that’s all folks

vários passeio de colégio aqui no museu. chega o bonde e primeiro desce um tiozinho ou uma tiazinha de olho estaladão. depois vai descendo a galera. formam fila. tem contagem. fiz um caramellow esses dias que foi dividido entre cinco adolescentes. uma guria sussurrou pro piá que tava com a fichinha e ele bem altão na cara dela IH NEM VEM TÔ SEM GRANA. ela baixou a cabeça. ficou sentida sentida. terminei o latte art no capricho mas não fiz coraçãozinho. pedi pra mina esperar um minuto. a galera saiu. o balcão lá do café é de uma madeira bem lisa e rola empurrar os copos sem tombar. lancei um cappuccino. quando o copo parou ela ficou me olhando. coloquei o indicador direito em cima da minha máscara. abri e fechei um dos olhos. aí uma tiazinha de jaleco veio dizer que o ônibus tava saindo. veio esse outro da galera que tá aqui no parcão. deus me dibre pedirem seda. de b.o. tô bem de boa. esses dias uma mulher que sei lá o que que aconteceu disse que aquilo era um absurdo. disse depois de ficar de cara porque não tinha pão de queijo pro filho dela e me interrompia tanto mas tanto que quase desisti de falar que aquela empresa não tinha nada contra crianças. que afirmações como a por ela feita também eram coisas sérias. aí a cliente fez aquela cara de quem falou demais. sei lá se porque se arrependeu. ou se porque o jogo virou. ninguém gosta de perder mas me pergunto o que que eu ganho nessas treta. sei que saiu do caixa com um cookie de cortesia e foi pegar o café. quando entreguei o coado ela me parabeniza pelo atendimento e pergunta como faz pra ter tanta paciência. digo que vem de pagar as contas. e de ter sonhos. foda. o mano brown precisou de duas temporadas de podcast pra botarem fé que ele é um cara cabeça. a maju coutinho tá desde 2019 fazendo um trampo zica na tela e ainda hoje apontam o dedo. isso é duro. isso é ácido. quando digo que sou escritor é como se eu botasse limão na boca das pessoas. torcem a cara. o olho buga. no cardiologista semana passada. retrasada se pa. gerente de café ou escritor? os dois pô. nessa ordem? aí ri. depois deitei na maca. estetoscópio geladão. ele vira pra mim e diz que não pareço um imortal. não pareço alguém que não morre ou não pareço essas pessoa que escreve livro que anda no tempo? essas pessoas. depois ele me pediu uns exame e saí com essa fita de imortal na cabeça. peguei a bike no estacionamento. o manobrista estudava comigo na oitava série e agradeci a preza de olhar a magrela. passei cincão por aproximação. mandei um pacote de trakinas antes de voltar pro trampo. antes vinha mais recheio. antes eu saía todo dia de baia pra ir pro colégio e agora faço a mesma coisa mas pra outro lugar. o lance é seguir botando fé que as parada vão ser diferente. muita gente sabe o que é isso. me inspiro nelas mas porra galerinha. legalizaram o pico. quando tinha essa idade também não sabia desbaratinar.

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