SAI

segunda vez que uma das três lessie avança na dora. na primeira tudo certo. na segunda perguntei pro cara até quando ele ia andar com dog grande assim sem guia. ah mas ninguém aqui morde. ninguém aqui morde porque eu separei enquanto tu tava do outro lado da rua né meu parceiro? ficou me olhando com uns olhão grande. não quero gritar com teus dog meu bom mas se pra proteger a minha eu tiver que fazer dessa a gente vai acordar tudo o bairro quando se trombar de manhã. pô me desculpa cara. tá na paz bom dia aí pra você vem dora. dá sete hora ela já tá me olhando do lado da cama. como ela sabe que hora são? como ela sabe quando tô de folga? enquanto a bike não fica pronta tô canelando pro museu. onze pila no bonde tá osso. sete conto na gasolina é garagem. bad trip nessa vida é 3 por 2. imagine solta uma roda. noc noc noc. isso aqui é de madeira será? não sou muito cara de pau. curioso só pra algumas paradas. quando tem acidente e junta aquela galera em volta cê não me tromba lá não. só se for eu caído no chão. ou vai que tô passando bem na hora que acontece a parada. aí ajudo. ajudar outra pessoa é tipo exercício físico. faz bem pro corpo. pra cabeça. como se a cabeça não fosse parte do corpo. como se romantizar as parada fizesse a vida ser mais de boa. sei lá. tudo cansa. tudo pode ser visto pela perspectiva geracional. esses dia lá no trampo um cara mais velho assoviou pra mim. dei meia-volta. me acocorei ao lado da cadeira. ouvi e respondi a dúvida e no tom da voz dele senti que havia satisfação em conversar com alguém tão servil. aí me levantei. olhei de cima. tanta coisa passa na cabeça com uma vassoura e uma pá de lixo na mão. sssshhh é o cacete meu nome é BAM. mas o que que eu ganho com isso? o que que eu perco? com uma vassoura e uma pá de lixo na mão tem uma voz na minha cabeça que me fala bem alto pra não baixar a guarda. têm outras vozes na minha cabeça também. tem uma meio brincalhona. com essa converso com a dora.

Sobre o/a autor/a

Rolar para cima