Vai ser aquele massacre em campo

Bem amigos da Rede Bobo da internet brasileira. Estamos aqui com mais uma jogada típica do Gabinete do Ódio, driblando toda a nossa serenidade e alcançado a meta.

Lá vai o Gabinete do ódio, espalhador de cloroquina, que pega a notícia da Copa América e joga em todas as redes. Por causa do grande número de mortos e toda a irresponsabilidade do ato alguém acabou de ver, indignado e mandou pra frente. É prontamente rebatido por outro, que toca pro próximo que faz um lançamento a distância pra alguém com milhões de seguidores e… é TOP TREND de Twitter!

Do Twitter passa pro Instagram. Do Instagram pro Face, do Face pro vídeo no YouTube, já tem live no Twitch! Oito pessoas super descoladas e descontruídas de Iphone conversam no Clubhouse, e olha lá, olha lá, olha lá: tá no ZAP DA FAMÍLIA! Bateu em todo canto e virou notícia de veículo de informação!

– E você sabe que é sério porque, em vez de entrevistas, eles mostram postagem de rede sociais das pessoas.

Obrigado pela opinião, pessoa com celular. Agora a gente vê o outro lado, vendo o corre-corre do adversário e eles podem fazer duas jogadas: minimizar todo o alvoroço e realizar o evento de jogos, DO MESMO JEITO que eles estão fazendo o Campeonato Brasileiro – e nem tinha todos esses protestos (e deveria, né?) – ou simplesmente cancelar tudo e apontar pra toda a gritaria, e dizer pra própria base “olha lá como eles são histéricos, olha como nos perseguem, não tinha nada definido”. A torcida do Gado vai ao delírio!

Mas esquece isso e foca no gol! Na alegria! Na festa! Não olha pro lado, por ali só tem cadáveres, vem aqui comemorar esse gol comigo! É festa! É Brasil! É Brasil! É a década de setenta de volta, tanto dentro quanto fora dos gramados. Se reclamar eu troco o juiz e coloco um militar ali. Se reclamar mais, eu troco o jornalista por um militar. O gandula por um militar. O padre por um militar. Teremos todos os militares jogando em todas as posições, mesmo que eles não tenham a menor ideia de como fazer isso. O que importa é um revólver na cintura!

Lá vem o primeiro jogo, o jogo que interessa, o jogo da própria seleção amada, a mesma que virou vestimenta oficial do retrocesso nacional. Eles fazem um, fazem dois, fazem três gols numa seleção que tinha 13 pessoas contaminadas com o tal vírus. Mas é uma vitória! Não pense na possibilidade de mortos, não pense na possibilidade de contaminação dos nossos jogadores, não pense em cepas mortais entrando e saindo do país, pense na alegria do gol. Mesmo assim, teve um Ibope irrisório. Por que será?

Bom, a gente sabe que, pra começar, teve meio milhão de pessoas a menos assistindo jogos este ano.


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