Adaptação na escola: dúvidas são parte do processo

Todo começo de ano na escola é permeado de dúvidas. A pedagoga Deyse Campos estreia sua coluna tentando ajudar a resolver algumas

Começar é difícil, já dizia a personagem Emília do Sítio do Pica Pau Amarelo, em suas memórias. Segundo ela, um bom começo começa com muitos pontos de interrogações. Impressionante como sabe das coisas essa boneca de pano, pois na escola também funciona assim, um bom começo de ano é permeado por dúvidas.

Este período, estreia com muitas ideias na cabeça, emoções a flor da pele, inquietações no agir, e cheiros de novidades no ar. É professor novo, é escola reformada, é aluno pela primeira vez, entre as tantas incertezas, o que motiva é justamente a certeza de que o começo, uma vez começado, vai gerar frutos para além do fim do ano letivo.

Das inquietações, cabe falar de uma, que angustia mais aos pais e escolas de Educação Infantil do que as próprias crianças, a adaptação.

Adaptação é uma palavra bonita para desconforto. Ora, é um desconforto grande abrir-se para novas situações, regras, histórias, espaços. É um desconforto grande assumir a mudança. É um desconforto grande observar as conseqüências de nossas escolhas.

E é por causa de tanto desconforto que não dá para determinar o que se deve dizer e fazer, como por exemplo: que os pais têm que ficar na sala ou fora dela, assim também não dá para dizer que as crianças têm que chegar antes a escola ou ainda, não dá para dizer que os professores têm que dar mais atenção apenas aos que choram, tão pouco, não dá para dizer que a escola tem que fazer de tudo para a família se adaptar.

No entanto, o que se pode dizer é que o choro, a agitação e a insegurança fazem parte deste momento. Assim como, é possível recomendar:

  • Pais, cuidado para não passar aos filhos a insegurança que é de vocês. Professores, coloquem a serviço deste momento, a capacidade de amar os outros e suas diferenças.
  • Crianças, permitam-se conhecer, mesmo que com choro e até certo tipo de medo, toda essa novidade.
  • E, atenção, comunidade educativa: não há motivo para sofrerem mais do que suportável que essa circunstância impõe, pois tudo isso dói, mas não machuca, pelo contrário, fortalece para outras tantas adaptações a serem vividas ao longo da existência.

E, depois de tantos recados começados, a página está chegando ao fim, e falar de adaptação no início do ano letivo, que é tão difícil, até que ficou fácil… Por esta razão fica a dica: comecem logo, confiem sempre! E, assim, todo mundo se adapta, se ajeita, e principalmente, se encontra, e vale lembrar: é o encontro que faz as aprendizagens acontecerem.

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