Os aeroportos me fascinam

No universo da aviação, os aeroportos são estruturas extremamente complexas e cheias de vida

Eu sempre tive uma preferência pelos aeroportos na comparação com os aviões. Não sei exatamente o motivo, mas dentro do universo da aviação o que mais me fascina é o que acontece no chão (ou perto dele), dentro dessa estrutura extremamente complexa e organizada que é um aeroporto.

Tenho lembranças bem nítidas da infância e da adolescência, quando meus cadernos do colégio se dividiam entre as obrigações da formação e os desenhos de aeroportos. Eu gastava tempo considerável reproduzindo no papel alguns aeroportos brasileiros e estrangeiros. E até mesmo criava alguns da minha cabeça, com as pistas, os pátios, as pistas de taxiamento, os terminais, hangares, etc.

Por um tempo, o nerd em mim criava aeroportos para o principal simulador de voo para computador no mundo, que é a franquia do Flight Simulator. Tenho orgulho do Afonso Pena que desenhei lá pelos idos de 1999 e que foi distribuído aos montes entre tantos aficionados pelo simulador. Mal sabia que isso, alguns anos depois, daria dinheiro. Não para mim, claro, que larguei o negócio antes disso virar um negócio no mundo virtual.

Seja como for, todos esses exercícios me fizeram gravar na memória as linhas de muitos aeroportos por aí. Sei, praticamente metro a metro, como é o Afonso Pena, obviamente, ou o Francisco Sá Carneiro, no Porto, em Portugal. Ou o Edu Chaves, em Paranavaí, ou o Galeão, no Rio de Janeiro.

De pouco serve tudo isso além da minha curiosidade. O máximo que pode servir é para os momentos nos quais eu viajo e quando o avião pousa em um aeroporto, eu consigo me localizar mesmo olhando de lado. Sei em qual pista o avião pousou e quais pistas de taxiamento pegou para chegar ao terminal. O que, cá para nós, pouco importa.

Colocando a curiosidade de lado e indo mais para o campo do conhecimento, um dos aspectos que chamam muito a minha atenção nesse mundo dos aeroportos é como eles evoluem com o passar do tempo.

Aeroporto Afonso Pena visto de cima em 1980. Foto: ITCG.
Projeto de modernização do Afonso Pena.

Peguemos como exemplo ele, sempre ele, o Afonso Pena. O desenho básico dele não mudou muito desde sua inauguração em 1946. As duas pistas seguem lá (a principal ganhou pouco mais de 400 metros anos depois), as pistas de taxiamento também, o atual pátio de cargas também. Aí foi a partir da década de 1990 que as coisas mudaram um pouco, com o novo terminal, o novo pátio, a área dos hangares. Mais recentemente a ampliação do terminal e do pátio.

Apesar de não muito impressionante, o aeroporto está totalmente mudado. Recebe muito mais voos do que antigamente. É muito mais moderno. Mais seguro. A questão é que voar mudou e os aeroportos mudaram junto. Precisaram mudar para responder às necessidades dos passageiros e das companhias aéreas.

Em breve o Afonso Pena vai mudar novamente. Terá uma pista nova, a tão esperada “terceira pista”, mais pistas de taxiamento e um pátio maior. Vai evoluir de uma maneira significativa, pelo menos a partir do ponto de vista da operação. Com uma pista a mais, a movimentação dos aviões vai mudar. E isso vai mudar toda a lógica de funcionamento. É evolução.

Por isso, da próxima vez que você viajar de avião, deixe de lado um pouco o avião em si e preste atenção no aeroporto, na quantidade de detalhes no terminal, nas pistas, nos pátios. A quantidade de informação é imensa e então você vai ter a noção de quão complexo pode ser um aeroporto. E quão fascinante ele é.

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