Aeroporto de Londrina: novo terminal e pista ampliada sob a iniciativa privada

Após leilão em abril, terminal da cidade do Norte do Paraná deverá receber R$ 273 milhões em investimentos no período de 30 anos

O aeroporto de Londrina é o terceiro mais movimentado do Paraná, levando-se em conta, é claro, os dados relativos a 2019, antes da pandemia do novo coronavírus. Eram pouco mais de 1 milhão de passageiros embarcando e desembarcando no Governador José Richa naquele ano e com tendência de crescimento. Número que coloca o terminal do Norte do estado como um dos principais do Bloco Sul no leilão da 6.ª rodada de concessões de aeroportos, marcado para 7 de abril.

Assim como já fez com Foz do Iguaçu e Bacacheri, a coluna Voo Direto vai apontar as principais mudanças que devem ocorrer a partir deste ano quando a administração do aeroporto de Londrina passar da Infraero para a iniciativa privada. Na próxima semana será a vez do Afonso Pena, em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.

O Bloco Sul engloba esses quatro aeroportos paranaenses, além de dois catarinenses (Joinville e Navegantes) e três gaúchos (Bagé, Pelotas e Uruguaiana). A empresa que arrematar esse pacote vai administrar os terminais pelos próximos 30 anos.

Mas falando agora especificamente sobre o aeroporto de Londrina, hoje ele até dá conta da demanda, mas com pouco conforto para os passageiros e algumas restrições de operação por parte das companhias aéreas. Ou seja, há questões para serem resolvidas tanto no lado ar, como no lado terra, para usar a linguagem da aviação.

Do ponto de vista do passageiro, o terminal hoje tem 6.350 metros quadrados e a ligação com as aeronaves é feita por meio do chamado sistema ELO, que são conectores climatizados semelhantes às pontes de embarque ou fingers. Em 2018, a sala de embarque foi ampliada, mas mesmo assim conforto não é bem o que resume o terminal.

No lado da operação aeronáutica de fato, a pista tem hoje 2.100 metros de comprimento, mas dependendo da cabeceira em uso, a distância cai para 1.765 metros para decolagem e 1.675 metros para pouso — a restrição é devido a obstáculos próximos ao aeroporto. Além disso, as faixas de taxiamento são consideradas estreitas para aviões como Boeing 737 e Airbus A320 e elas são muito próximas à pista.

Como a concessionária vai resolver esses problemas?

A empresa que arrematar ao Bloco Sul tem algumas obras importantes para realizar em Londrina. No edital da concessão, a previsão total de investimentos para o aeroporto é de R$ 273 milhões, sendo que R$ 10 milhões serão destinados à desapropriação de algumas áreas para a ampliação do sistema de pista.

Para o terminal da cidade do Norte do Paraná, estão previstas duas fases de obras. A primeira e mais robusta deverá se estender entre 2024 e 2035 e representa 76% do investimento previsto. Já a segunda etapa de intervenções está prevista para ser feita entre 2036 e 2051, ano final da concessão.

Na primeira fase devem ser realizadas as seguintes obras:

  • Ampliação da pista em 540 metros, chegando a 2.400 metros de uso para pousos e decolagens nos dois sentidos;
  • Adequação do acostamento e do sistema de drenagem da pista;
  • Ampliação e adequação de pista de taxiamento;
  • Deslocamento do eixo da faixa de taxiamento paralela à pista;
  • Construção de novas pistas de taxiamento;
  • Implantação de novo pátio para a aviação comercial;
  • Construção de novo terminal de passageiros com 11.730 metros quadrados com 4 pontes de embarque e outras duas posições remotas;
  • Readequação do atual terminal para uso da aviação geral.

Na segunda etapa, as intervenções são as seguintes:

  • Ampliação de pista de taxiamento até a cabeceira da pista;
  • Construção de novas faixas de taxiamento;
  • Ampliação dos pátios, passando para 8 posições para a aviação comercial;
  • Ampliação do terminal de passageiros para 12.990 metros quadrados.

Como será o aeroporto de Londrina em 2051?

De todos os nove aeroportos que fazem parte do Bloco Sul, o de Londrina é o quarto que mais vai receber investimentos, ficando atrás do Afonso Pena, Foz do Iguaçu e Navegantes. Pode não ser a joia da coroa, mas também não é para ser ignorado.

Assim como toda concessionária, a que vencer o leilão vai trabalhar para que o movimento no aeroporto aumente e que faça jus aos investimentos que estão previstos no edital. E isso será muito bom para Londrina, que deverá ter mais frequências de voos não só para os destinos atuais, mas também para outras cidades.

Até 2035, a cidade do Norte do Paraná terá um aeroporto bem mais confortável e espaçoso do que o atual, atendendo à demanda que deve voltar a crescer assim que a pandemia arrefecer. Além disso, será um aeroporto capaz de operar com maior capacidade e sem restrições para as rotas atualmente servidas. E em 2051, quando terminar a concessão, será ainda mais confortável tanto para passageiros como para as companhias aéreas.


Para ir além

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