VDM: Breve lista de obviedades necessárias

Melina Santos conta como muitas crises nas mídias sociais são culpa da raiva

Olha, se bom senso vendesse na farmácia, tava tudo bem! Mas não vende, infelizmente.

E muitas das crises de VDM que a gente vê todo dia nas mídias sociais nem são de grandes fiascos de grandes marcas. São aqueles posts que a gente publica sem pensar muito bem, na ingenuidade ou mesmo com “sangue no zóio”.

Pra ajudar nessa nossa missão como “pessoas físicas”, o Blog do VDM fez uma listinha de coisas óbvias, mas que não custa dizer ou lembrar de tempos em tempos.


1 – As pessoas não são boazinhas na internet

A pseudo proteção de estar escondido atrás da tela transforma muita gente em pequenos e grandes monstrinhos. As pessoas podem ser cruéis, maldosas e dizer coisas que nunca teriam coragem de dizer pessoalmente. O seriado Eu e o Universo, disponível na Netflix, fez um experimento super interessante com crianças que mostra exatamente esse comportamento.

Então, toda vez que você pensar: ahhhhh não é possível que alguém – sim, aquele cidadão de bem que vai à igreja todo domingo – vá ser assim tão mau, acredite: vai sim.

2 – Uma vez publicado, o botão excluir é só uma ilusão

Não resolve muito dar uma de Madalena Arrependida e deletar o post que você pensou melhor e viu que vai dar merda.

A internet não tem botão de CTRL Z e é bem possível que, mesmo apagando, sua publicação vai deixar rastros. A gente já falou aqui: em caso de desespero, não apague. É mais eficiente e honesto corrigir ou pedir desculpas.

3 – Sempre alguém vai fazer um print e mandar pro seu chefe, pra sua mãe, pra polícia ou pra um advogado (quase sempre quem faz esse print é seu “amigo”)

“Ah, mas eu deixei minha publicação visível só para os meus amigos”

Amores da tia, na era dos 1.000 amigos da internet, não dá pra saber e nem pra confiar 100%.  Se já teve áudio vazado de lavação de roupa suja em grupo de Whats de partido eleitoral, nude enviado só pro marido (e eu poderia continuar a noite toda descrevendo esse tipo de exemplo), é prudente usar o parâmetro de sempre escrever já pensando no print que pode gerar.

4 – O mundo dá voltas: quem você defende com unhas e dentes hoje pode te decepcionar amanhã e quem você menospreza hoje pode ser a pessoa de quem você vai precisar amanhã

Kevin Hart tinha sido anunciado como apresentador do Oscar 2019 e foi educadamente dispensado depois que uma série de tweets homofóbicos antigos veio à tona. A jovem americana Naomi perdeu o estágio da NASA depois de xingar um dos conselheiros no Twitter. Michel Temer foi preso na Lava Jato e logo ressurgiram tweets antigos em que ele elogiava a operação.

Cada vez mais, recrutadores admitem abertamente que “fuçam” o histórico de seus candidatos antes de chamar para uma entrevista.

Voltamos pro exemplo anterior: mesmo que você faça uma limpa depois de um tempo, um print pode ser recuperado e não vai adiantar muito argumentar que você mudou de ideia ou amadureceu em suas opiniões. O estrago já pode ter sido feito e não adianta chorar o leite derramado.

5 – Nenhum radicalismo é bom e seu amigo não é mais burro que você porque pensa diferente de você

Oooolha, isso nem vale só pra política. Vale pra vida.

Mas claro que, com a polarização cada vez mais assustadora nas últimas eleições, essa tendência se acentuou.

Sim, eu sei que nem sempre é fácil entender. Eu sei que dá raiva quando a gente vê a tia compartilhando fake news, o vizinho destilando ódio contra quem nem conhece ou quando alguém próximo não consegue ficar tão indignado com o que nos parece absurdo demais. Muitas vezes, vai ser melhor excluir mesmo e até bloquear quem passa do limite.
Mas talvez o desafio seja fazer aquilo que o outro não faz e nos incomoda: ouvir, respeitar, argumentar, conversar. Fazer o exercício de empatia de compreender o porquê daquele pensamento que só parece burrice.

6 – Brigar por política é que nem brigar por futebol: vocês se matam aqui e no fim os jogadores saem tomar uma cerveja juntos

Seria cômico, se não fosse tão trágico.

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