Vai dar ruim a treta entre Carlos Bolsonaro e Mourão

Melina Santos repercute a confusão nas redes sociais envolvendo o filho do presidente e o vice

O meme acima representa bem a última semana no cenário político que envolve a presidência da República.

Mas seria cômico, se não fosse trágico. Há dias, os principais jornais e telejornais acompanham o pingue-pongue de ataques nas redes sociais entre o filho do presidente e vereador no Rio, Carlos Bolsonaro, e o vice-presidente Hamilton Mourão. Como se o país não tivesse discussões importantes rolando, como – só pra citar o principal exemplo – a Reforma da Previdência. Isso se for mesmo uma coincidência e não uma estratégia.

Se você não acompanhou a treta, o UOL fez um resumão dos primeiros capítulos dessa novela que mais parece um Big Brother. Ou como sugere a montagem publicada pelo BuzzFeed, outro reality show americano.

Na terça, por meio do porta-voz da presidência da República, Jair Bolsonaro mandou o recado (pela mídia nacional mais uma vez): queria um ponto final na quizumba entre o filho e o vice.

Mas a repreensão pública – sem considerar as que podem (ou deveriam) ter acontecido internamente – não foi respeitada nem por algumas horas, No mesmo dia, Carlos – que ficou conhecido na Internet como Carluxo – continuava com os ataques em sua conta do Twitter e do Instagram.

E não me parece que o assunto tenha chegado ao fim. Mas posso palpitar, pela primeira vez nesta coluna de forma antecipada: vai dar merda.

Pra começar, porque – diferentemente de toda a treta envolvendo Carluxo e o ex-secretário Gustavo Bebbiano – Hamilton Mourão foi eleito pelo voto e não pode ser simplesmente demitido. O general tem adotado posturas mais políticas  e até simpáticas do que o próprio presidente e ganhado um destaque que ninguém na família Kardashian – ops, Bolsonaro – está gostando. Sem entrar, é claro, no mérito da sinceridade (ou malandragem) dos posicionamentos do vice.

A fogueira das vaidades da política não é novidade, ela sempre existiu.

Não é difícil imaginar que a situação tenha sido tensa entre Dilma e Temer, durante bastante tempo até o impeachment.

O que muda é que desta vez, pela primeira vez, a arena de batalha não está nas reuniões a portas fechadas. Está ali, pública, nas redes sociais. E a torcida, nos comentários, apoia e critica com fervor. Os seguidores crescem, a vaidade aumenta. Funciona como apagar fogo com gasolina.

Do outro lado do ringue, a influência de Carlos Bolsonaro, especialmente no assunto redes sociais, também já é velha conhecida. O próprio presidente credita a ele boa parte dos ‘méritos’ de sua eleição.

A Revista Época chegou a publicar que o segundo filho teria tirado de Jair o acesso ao Twitter. Realmente, a conta do presidente estava sem postagens há 3 dias em meio à confusão – que começou justamente com o post de um vídeo na conta do presidente em que o guru Olavo de Carvalho atacava os militares. Minutos depois da publicação de Época, um tweet na conta do presidente sobre assunto aleatório.

Quem vai ceder? Ainda é difícil saber, numa situação em que há tantos fatores envolvidos: familiares, políticos, militares, de autoridade e até mesmo de jurisdição. Em briga de filho e de vice, quem mete a colher? O esparramo feito pelo porta-voz da presidência, não funcionou. Talvez a Super Nanny?

Enquanto isso, TUDO ISSO…

Bolsonaro-pai falou publicamente.

Fez um alerta sobre o número alarmante de 1000 casos anuais de homens que tiveram pênis amputados por falta de higiene íntima.

Seria cômico, se não fosse trágico.

E agora, por fim, me meto na seara do Rogerio Galindo e faço uma provocação ao Caixa Zero: por onde anda a oposição?

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