Rock in Rio: se a vida recomeçasse agora!

Muita gente reclama quando algumas atrações que não são tão “rock” assim estão no line-up, mas se esquecem que o festival nasceu já com a proposta de ser uma festa da música antes de tudo

Lembro como se fosse hoje. Era janeiro de 1985, no meio da tarde cheguei de ônibus na Cidade do Rock. Tinha comprado o pacote para os primeiros 5 dias de festival, o maior festival de música que já tinha existido. Neste primeiro dia, eu estava lá para assistir o Iron Maiden, que era uma das minhas bandas preferidas do momento, mas depois eu entraria de cabeça na fase do Britpop. As atrações já começaram durante a tarde, e nunca vou esquecer do tema de abertura onde a letra falava: “Que a vida começasse agora, e o mundo fosse nosso de vez, e a gente não parasse mais de se amar, de se dar, de viver”.

Muitas outras edições vieram depois, e o festival se tornou um dos mais famosos do mundo, sempre valorizando a pluralidade de gêneros musicais, raça, credo, gênero. Muita gente reclama quando algumas atrações que não são tão “rock” assim estão no line-up, mas se esquecem que o festival nasceu já com a proposta de ser uma festa da música antes de tudo. No mesmo festival que vi Iron Maiden, Queen, AC/DC, também vi Alceu Valença, Erasmo Carlos, James Taylor, entre tantos outros. Para um garoto de 16 anos, aquilo foi uma experiência que mudou definitivamente minha vida, e definiu meu destino como músico.

A boa notícia é que, após dois anos massacrantes para todos os brasileiros e para todos no planeta, já temos luz no fim do túnel com boas perspectivas para um 2022 melhor em vários aspectos, inclusive no mundo do entretenimento, com diversos eventos sendo retomados. E entre eles temos já confirmado o Rock in Rio, que vai acontecer entre os dias 2, 3, 4, 8, 9, 10 e 11 de setembro de 2022, no Parque Olímpico do Rio de Janeiro. Muito provavelmente eu não estarei no festival, afinal, agora sou um cinquentão com um filho pequeno para cuidar, mas sem dúvida vou acompanhar pelas mídias.

O que mais comemoro é que, assim como em vários outros lugares pelo mundo, os eventos que envolvem público estão retornando aos poucos, e com todos os cuidados necessários. Enquanto escrevia essa coluna soube do primeiro show da banda Genesis, que depois de um longo período de pausa por causa da pandemia, está de volta com sua turnê de reunião The Last Domino?, um presente para os fãs. Ter o Rock in Rio acontecendo no ano que vem, traz uma boa (e bem-vinda) sensação de recomeço, de possibilidade de reviver experiências coletivas, de viver a catarse que são esses grandes festivais. Daqui até lá temos um longo caminho, mas espero que a gente já esteja em um outro ponto.

Por enquanto vamos pensar como seria bom se a vida recomeçasse agora!

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