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Criado no início dos anos 1970, o movimento punk pretendia contra-atacar a cena musical da época, que era o estilo de rock chamado “progressivo”

Era com essa contagem que Dee Dee Ramone, baixista da lendária banda punk Ramones iniciava suas músicas curtas e cortantes. E a história do ex-baixista da banda considerada como a criadora do movimento punk está contada no livro Coração Envenenado: Minha Vida com os Ramones, de Verônica Kofman, lançado no final de 2004 pela Editora Barracuda.

O livro não procura explicar o que foi o movimento punk, mas sim a trajetória de Dee Dee Ramone. Sua infância na decadente Alemanha do pós-Segunda Guerra, os pais alcoólatras, a volta aos Estados Unidos, as experiências com as drogas, os Ramones.

Se alguém realmente tinha motivos para ser um dos pais do punk, esse cara sem dúvida era Dee Dee Ramone. O movimento punk teve alguns personagens de destaque: na Europa, os Sex Pistols e o The Clash; nos Estados Unidos, os Ramones. A banda americana foi a mais autêntica, e a que melhor traduziu o lema punk “faça você mesmo” nas suas músicas rápidas, simples, mas com um tremendo poder.

Sex Pistols foi uma das mais cultuadas pelo movimento punk, mas não tinha a mesma autenticidade dos Ramones. A banda londrina foi meio que montada como vitrine de um projeto que não era musical, mas sim um projeto de moda idealizado por Malcom McLaren. McLaren, que em 1975 tinha uma loja em Londres na área de moda, queria lançar todo um conceito de atitude e de se vestir. Aproveitou seus funcionários desajustados que toparam a parada e pronto: estava montada uma das bandas mais famosas do mundo. Foi uma coisa mais estudada do que os Ramones, menos visceral.

Sex Pistols.

Basicamente é assim: os pais do punk são os Ramones e a Sex Pistols. Do pai foi herdada a sonoridade e a pegada, da mãe foi o jeito de se vestir e o comportamento.

Criado no início dos anos 1970, o movimento punk pretendia contra-atacar a cena musical da época, que era o estilo de rock chamado “progressivo”. Os representantes desse estilo eram bandas como Yes, Emerson Lake & Palmer, The Alan Parson’s Project, Jethro Tull, que vinham com um som extremamente sofisticado e arranjos pra lá de complicados. O punk vem para esculhambar tudo isso, com um som simples, forte, cheio de atitude e facílimo: 3 acordes e você já estava tocando punk.

O estilo sobreviveu a todos esses anos e hoje vemos seus filhotes lindos e saudáveis, empolgando novamente as novas gerações. Bandas tradicionais como Green Day, The Offspring, Bad Religion e outras por aí, mantêm vivo o espírito revoltado, divertido e direto ao assunto dos caras pirados que começaram isso tudo.

O livro não é novo, mas vale a pena ler, e quem sabe, montar uma banda punk!

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