Não se iluda: você nunca está só

Quando aprendemos a partilhar dúvidas, conhecimento e até nosso medo, podemos encontrar respostas que nos trazem paz em meio ao caos e nos a ajudam a ter coragem

O medo toma conta de tal forma a ponto de deixarmos de colaborar com o mundo.

Você não sabe, mas já transformou uma vida. E isso é que não pode parar.

Eu, como contadora de histórias, sei que entrevistei pessoas que mudaram minha vida. E talvez elas nem saibam muito bem disso, mas todos nós temos algo a ensinar.

A gente se acha muito pequeno, mas até na nossa pequenez temos um poder de transformação.

Ter coragem não começa só em uma atitude: envolve superar traumas, dramas familiares, problemas psicológicos, cultura. É tanta coisa.

As pessoas bradam facilmente: “tenha coragem”! Mas o que é a coragem, afinal?

Ter coragem não começa só em uma atitude: envolve superar traumas, dramas familiares, problemas psicológicos, cultura.

Estudando a etimologia da palavra descobrimos que esta vem do latim, coraticum, que significa a bravura que vem de um coração forte.

Em latim, coraticum tinha o mesmo significado que coragem. A pessoa com coragem não se esconde, mas enfrenta os desafios e os medos com a ajuda de sua força interior.

Em uma definição compilada de vários dicionários em português coragem significa a firmeza de espírito para enfrentar situação emocional ou moralmente difícil. Uma capacidade de agir, apesar do medo.

Quer dizer que ser uma pessoa corajosa, então, não significa, necessariamente, ser destemido. Ao contrário, ter coragem é tirar do fundo da alma a necessidade de fazer acontecer, mesmo que sua vontade diga: “melhor deixe”.

Seria medo? Esse é um instinto nosso de sobrevivência, o que quer dizer que o medo pode ser muito positivo, já que nos prepara como uma espécie de alerta. Mas o medo não pode nos paralisar.

Foto: Daria Obymaha/Pexels.

Em meu trabalho preciso muitas vezes lidar com um público grandioso, seja virtual ou presencialmente. E confesso que, quase sempre, me dá um nó no estômago, um frio na barriga, a voz trava ou, ao menos, gagueja.

Ao encontrar uma professora da faculdade, hoje minha amiga, mas especialmente uma profissional a que admiro muito, questionei se ela tinha alguma dica sobre como evitar esse medo todo e quando isso passava porque já estou há mais de 15 anos trabalhando com isso e sempre sinto um calafrio na espinha antes de apresentar. Eis que a sabedoria dela me ensinou com uma frase a como respeitar meus sentimentos: “Silvia, o dia que você não sentir mais nenhum medo antes de apresentar é porque você não tem responsabilidade com o que está fazendo”.

Além de me tirar um peso que eu carregava há muito tempo (e até me fazia algumas vezes me afastar do meu trabalho) isso me ensinou o que tento contar desde o início desse texto: nós nunca estamos sós.

Quando aprendemos a partilhar dúvidas, conhecimento e até o nosso medo, podemos encontrar respostas que nos trazem paz em meio ao caos, que nos a ajudam a desbravar o entendimento da tal da coragem. Já o medo é solitário.

O que esta professora me disse, em outras palavras, pode ser interpretado como “tenha coragem, mulher. Tire do seu passado, da sua experiência, do conhecimento que adquiriu ou pode ainda adquirir o ânimo e a firmeza de espírito para fazer o que precisa ser feito”.

Ou seja: Quando eu enfrento meus medos com responsabilidade, sabendo que eu preciso estar preparada, estou sendo mais que corajosa. Os ganhos envolvem riscos e precisamos compreender até que ponto estamos dispostos a ir.

Em suma, se você tem a capacidade que lhe compete, se aprume e vá com medo mesmo.

O que esta professora me disse, em outras palavras, pode ser interpretado como “tenha coragem, mulher. Tire do seu passado, da sua experiência, do conhecimento que adquiriu ou pode ainda adquirir o ânimo e a firmeza de espírito para fazer o que precisa ser feito”.

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