Nesta quarta tem mais choro em Curitiba

Série "História do Choro", do bandolinista Daniel Migliavacca, tem mais dois shows em Curitiba

Nos dias 25 e 26 de setembro, quarta-feira e quinta-feira, às 20h, acontece o terceiro show da série “História do Choro”, idealizada pelo bandolinista Daniel Migliavacca. Dessa vez, Daniel se apresenta com seu quarteto tendo como convidada especial a cantora Rogéria Holtz. O repertório apresenta além de choros, alguns sambas de Pixinguinha com parceiros, como Vinicius de Moraes. O primeiro show da série trouxe o flautista Toninho Carrasqueira e o violonista Lucas Melo em show dedicado aos primeiros chorões. No segundo, Daniel fez um duo com o acordeonista André Ribas em homenagem ao compositor e pianista brasileiro Ernesto Nazareth.

O Choro é a primeira manifestação urbana de uma música que tentava ser brasileira. Ainda não era exatamente isso, mas era uma tentativa bastante original de unir a influência da música europeia com a música negra dos escravos africanos trazidos para o Brasil. Tanto que as primeiras partituras impressas e publicadas de Choro designavam esse gênero musical, que depois assumiria sua identidade genuinamente brasileira, como polcas, maxixes, valsas ou foxtrotes, estilos musicais europeus ou norte-americanos, caso do foxtrote, voltados para a dança de salão. E o Brasil já tinha, mesmo antes de Pixinguinha, músico homenageado nessa nova série de shows de Daniel Migliavacca, músicos e compositores que já pensavam aquela primeira música urbana brasileira, porque estavam em cidades como o Rio de Janeiro, por exemplo, capital da república na época, depois chamada de Choro. Artistas como Patápio Silva, Chiquinha Gonzaga e Ernesto Nazareth, também já lembrado por Daniel no seu segundo show da série. Foi Ernesto Nazareth que exigiu em suas partituras que tivesse o gênero Choro e não mais denominações europeias.

Pixinguinha, Alfredo da Rocha Vianna Filho (1897-1973), maestro, flautista, saxofonista, compositor e arranjador brasileiro, é o músico que define não apenas a transição do Choro, e do Samba, para o novo cenário de uma música popular urbana e acessível para o entretenimento na grande cidade. Foi o primeiro músico brasileiro a levar nossa música para o exterior, mostrando o que não era jazz, mas um gênero novo, o Choro, que tinha, é claro, a influência do jazz e até do ragtime norte-americanos. Isso, ao mesmo tempo em que outras músicas urbanas ao redor do mundo começavam a ganhar popularidade e audiência como o Fado, o Flamenco, o Tango, o Blues, o próprio Jazz, a Chanson francesa ou a Chaabi no mundo árabe, entre outros estilos que acabaram por definir os conceitos da moderna música pop contemporânea.

Daniel Migliavacca é um dos jovens representantes do Choro e do bandolim no Brasil. Destaque em diversos projetos como instrumentista, compositor, arranjador e diretor musical. Já conquistou prêmios pelo Brasil como instrumentista e compositor, e tem cinco discos gravados, além de inúmeras participações em outras produções. Já gravou com alguns dos melhores músicos brasileiros da atualidade, nomes como Raul de Souza, Toninho Ferragutti, Yamandu Costa, Gilson Peranzzetta e Glauco Solter, entre tantos outros. Rogéria Holtz, paulista radicada em Curitiba, é a grande dama da nossa canção, a dama mais inquieta e talentosa da nossa canção. Com mais de 30 anos de carreira, Rogéria também já lançou quatro discos, entre outros projetos. Compositora e co-autora de alguns de seus trabalhos, Rogéria já gravou a poetisa Alice Ruiz no ótimo “No País de Alice”, seu segundo disco, em 2007, com a participação de Celso Fonseca, Arthur Maia, Jorjão Barreto, Ricardo Saporski, Paulinho Sabbag, Zeca Baleiro, Alzira Espíndola, Carlos Careqa, entre muitos outros músicos, parceiros e compositores em seus trabalhos posteriores.

Foto: Divulgação

Foto: Divulgação

O Projeto acontece uma vez por mês até dezembro e cada edição terá dois shows seguidos no Teatro Paiol, às 20h, com ingressos a preços populares de R$ 10 e R$ 5. Além da venda presencial no Teatro Paiol e Capela Santa Maria, os ingressos também estão à venda pelo site do Alô Ingressos, com uma taxa de conveniência. Mas não se preocupe e fique atento. Os próximos três shows da série “História do Choro”, de Daniel Migliavacca com seus convidados, serão divulgados aqui no Plural. Por enquanto, é aproveitar para ouvir o Daniel, seus músicos, Rogéria e Pixinguinha.

Serviço

Série de shows: Daniel Migliavacca convida instrumentistas brasileiros para série de shows dedicada à História do Choro

Teatro Paiol – Praça Guido Viaro, s/n – Prado Velho, Curitiba-PR.

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