Loki, Falcão e Wanda: empate técnico em trilhas sonoras

Passados alguns meses desde a inauguração da Fase 4 do MCU, já se pode fazer um balanço daquilo que ocorreu de melhor em termos musicais

Primeiro, é preciso fazer uma distinção entre o uso da canção nessas produções e a composição de música incidental para as cenas. No primeiro caso, podemos encontrar apropriações de obras populares, enquanto que o segundo tende a abarcar um volume maior em termos de música original.

Com relação ao primeiro aspecto, WandaVision sai na frente, em função da quantidade expressiva de canções originais compostas para dar o humor exato à abertura de cada episódio, algo que não ocorre em Falcão e o Soldado Invernal, que lança mão de canções populares. O mesmo acontece na mais recente produção da Marvel, Loki, por meio da utilização de canções folclóricas de origem norueguesa, inclusive.

Música incidental

No entanto, quando se trata de música original, de caráter incidental, as três séries são equivalentes. Já tratei nesta coluna das trilhas de Wandavision e de Falcão e o Soldado Invernal, por isso vou discorrer um pouco a respeito de Loki. Chamou-me a atenção a maneira com que a compositora e violinista britânica Natalie Holt, de 39 anos, utilizou o recurso do leitmotiv para abordar a personalidade intrigante do personagem central, conhecido por suas trapaças. Ela carrega densidade aos metais graves (trombones, tubas e outros), conferindo um aspecto inquietante às transições de cena e, principalmente, à abertura da série. 

Natalie Holt estudou violinista na Royal Academy of Music e composição na National Film and Television Scholl.

Outro destaque interessante está nas escolhas de formação instrumental adotadas por ela, que resultam num belo casamento entre instrumentos de orquestra e sintetizadores. Isso pode ser relacionado visualmente à iconografia da TVA (uma espécie de ONU da linha do tempo), que, apesar de ser altamente tecnológica, tem uma cara bastante vintage, dos móveis aos uniformes dos colaboradores.

Mulheres na Marvel

Num mundo ainda machista, Natalie Holt desponta como a segunda mulher a compor uma trilha da Marvel, a primeira foi Pinar Toprak, no filme solo da Capitã Marvel (2019). O trabalho desenvolvido por essas duas compositoras é impecável e empolgante, verdadeiras aulas de composição e harmonia funcional. Que venham as próximas.    


Para ir além

Tema de Loki, composto por Natalie Holt:

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