Concluímos o primeiro semestre do nosso mandato na Câmara Municipal de Curitiba e o final de cada período é sempre uma oportunidade para avaliar o trabalho realizado.
Com humildade e consciência do tamanho desafio, reconhecemos que estes primeiros seis meses foram de grande aprendizado – que será extremamente útil para a sequência do nosso trabalho.
Entender o funcionamento da Câmara e compreender a dinâmica do Poder Legislativo municipal foram os primeiros e mais importantes passos na nossa chegada. Fiscalizar as contas da prefeitura aplicando o conhecimento que adquiri no período de auditoria em empresas ampliou as possibilidades do nosso mandato, que focou principalmente nas pautas de fiscalização e transparência.
Buscar este espaço foi uma medida necessária para pavimentar o caminho para o que pretendemos realizar ao longo dos 4 anos na Câmara. Queremos construir uma Curitiba mais simples e livre – e, para isso, estar à frente das pautas de fiscalização e desburocratização é determinante.
O espaço na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e a vice-presidência da Comissão de Economia, Finanças e Fiscalização permitiram ao nosso mandato ter voz nas principais discussões da casa. Por outro lado, a dinâmica e o teor das pautas destas comissões revelam como precisamos mudar muita coisa.
Por isso, os verdadeiros desafios apareceram nas vezes em que encontramos alguma resistência e pouco espaço para debates necessários em um ano de pandemia, em que enfrentamos o colapso na saúde e uma crise econômica histórica.
Por exemplo: homenagens e projetos de nomes de rua representam mais de 11% dos quase 300 projetos analisados na CCJ. Neste primeiro semestre de 2021, passaram pela Comissão de Finanças as contas da prefeitura de Curitiba de 2018 e de 2015.
Importante deixar claro que este não é um problema gerado pelas comissões. A agenda da Comissão de Constituição e Justiça é um espelho do trabalho geral desenvolvido pelos 38 vereadores. Quando analisamos este recorte, entendemos que já passou da hora de uma mudança de cultura no legislativo municipal. Além disso, o fato de a Comissão de Finanças analisar contas de 2015 é um sinal claro que este processo, que também envolve o Tribunal de Contas do Estado, precisa ser mais ágil.
Quando buscamos mais eficiência no trabalho, temos na memória que a Câmara Municipal de Curitiba tem um custo anual de aproximadamente R$ 125 milhões. Isso significa uma despesa de quase R$ 15 mil por hora, considerando os 365 dias do ano e 24 horas. O trabalho desenvolvido na Câmara precisa estar à altura do alto custo financiado com a arrecadação dos impostos.
E é esse permanente respeito ao pagador de impostos que norteia nossas ações. O cidadão curitibano espera que a Câmara seja protagonista na construção de uma nova Curitiba. Neste primeiro semestre, tenho orgulho de ter levantado discussões importantes e ter priorizado a fiscalização.
Sabemos que a ruptura e o processo de transformação às vezes são amargos. Descobrimos, na prática, que os debates técnicos muitas vezes acabam virando políticos e ideológicos. Nem sempre os assuntos mais importantes para a população são as pautas prioritárias a serem discutidas. Engana-se quem pensa que isso atrapalha nossa caminhada. Quanto maior o desafio, maior a nossa motivação para consolidar a mudança que a população tanto espera.
Sobre o/a autor/a
Indiara Barbosa
Indiara Barbosa é mãe, formada em Administração e Ciências Contábeis, com experiência de 13 anos em auditoria contábil. Trocou a carreira na iniciativa privada para trabalhar na fiscalização das contas públicas. Em 2020, foi eleita vereadora de Curitiba pelo partido NOVO.