A importância de ocupar espaços e batalhar pelos nossos direitos

Nesta semana tivemos na Câmara um debate importante sobre combate ao feminicídio. Como fui relatora, acabei me envolvendo ainda mais com o tema. Os números são assustadores e aumentam a cada dia. Segundo a OMS, a taxa de feminicídio em nosso país é a quinta maior do mundo

Nunca vislumbrei escrever em uma coluna, ser vereadora, representante do povo. Eu, que vim de uma família numerosa, filha de pastor e com muita vontade de fazer a diferença, sempre achei tudo muito distante da minha realidade de dona de casa. A ação social sempre fez parte da minha atuação e foi ela que aos poucos me aproximou da vida pública.

Com esforço, estudei, me aprimorei e tenho feito meu trabalho na Câmara Municipal de Curitiba. Enfrentando os desafios de ser uma mulher em meio a uma sociedade onde ainda se destacam atitudes de machismo e desigualdade. Pronto, acho que devidamente apresentada, posso confessar que nem sempre é fácil lutar contra todo esse universo e marcar a nossa posição. Com frequência, penso na importância de ocupar espaços e desenvolver uma narrativa que realmente faça alguma diferença nesta luta pelos nossos direitos. Por isso eu te digo, não importa qual atividade você faça, é importante não se calar e batalhar pelos seus sonhos. 

Quem sabe um dia possamos viver em uma sociedade realmente justa e igualitária, onde não precisaremos ter leis contra a violência doméstica ou contra o tráfico de mulheres, por exemplo. Já imaginou viver em uma sociedade onde essas coisas não acontecem? Sem romantização, percebemos que até essa realidade chegar, devemos lutar por políticas públicas que garantam os nossos direitos.

A realidade das mulheres nem sempre é fácil, mas não podemos desistir. Em minha trajetória, já deparei com as histórias mais inusitadas, tanto de mulheres trabalhadoras de sucesso, e do próprio crescimento da Bancada Feminina no legislativo municipal, até a outra ponta, gestantes dependentes químicas que não realizam um pré-natal, se recusam a passar por um tratamento e acabam perdendo seus filhos por não terem condições de criá-los. Boa parte ainda passa por abusos do próprio companheiro.      

Falando nisso, nesta semana tivemos um debate importante sobre combate ao feminicídio. Como fui relatora, acabei me envolvendo ainda mais com o tema. Os números são assustadores e aumentam a cada dia. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a taxa de feminicídio em nosso país é a quinta maior do mundo. 

Quando deparo com esse quadro, percebo como é preciso levantar todos os dias e continuar a lutar, pois os desafios a serem superados pelo fim dos crimes de ódio cometidos contra as mulheres são inúmeros e devem ser encarados de forma séria pela sociedade. É preciso que existam avanços como um todo, na valorização do nosso trabalho, nas batalhas do dia a dia, no respeito com o próximo. Para isso acontecer é fundamental o posicionamento de todos nós. Todas as histórias são importantes e devem ser consideradas.

Meu recado para você é acredite no seu potencial. Nós somos geradoras de vida, geradoras de projetos, de novas ideias e sonhos. Nunca deixe de acreditar em você e juntas vamos transformar o mundo.


A coluna PoliticAS reúne semanalmente, em formato de rodízio, textos das vereadoras eleitas de Curitiba.

Sobre o/a autor/a

Compartilhe:

Leia também

Melhor jornal de Curitiba

Assine e apoie

Assinantes recebem nossa newsletter exclusiva

Rolar para cima