50 bilhões de dólares a menos; 50 milhões de leads a mais; 50% de culpa SUA!

Jac Fressatto explica os riscos que existem quando seus dados não estão protegidos

Dia 28 de maio de 2019 marca um evento verdadeiro, sério e com mais de 140 caracteres.

Foi aprovada no Brasil a MP 869/18 que rege a Lei Geral de Proteção aos Dados (LGPD) [Lei nº 13.709/2018] e cria a Agência Nacional de Proteção de Dados (ANPD).

Um movimento político que influencia em muito o futuro das tecnologias de inteligência artificial, uma vez que elas só existem por causa dos dados.

Vamos entender um pouco mais os riscos que existem quando seus dados não estão protegidos.

. . .

Olha essa puta dinâmica de mercado:

Os “mestres” em contar histórias convencem 250 mil clientes (que eles chamam de leads) a instalar um aplicativo que mostra “quem eles são de ‘verdade’ nas redes sociais”. Cara, muito útil para quem vive de aparência.

Quando estes 250 mil caírem neste fishing (serem fisgados como presas) eles aceitam (pois não leem os termos do aplicativo) que toda a sua rede seja analisada junto com seu perfil, pois estes caras, preocupados em sua imagem virtual, têm muitos amig@s.

Isso resultará em 50 milhões de leads (que não sabem de nada e não lerão também os termos do aplicativo) que terão as suas redes vasculhadas por esta singular e sensacional solução de marketing. Devidamente nutridos (como se faz com presas para abate), serão “induzidos” a tomarem decisões, pois as “notícias” que receberão (verdadeiras ou não) serão de “seu interesse”.

Ei, investidor ou cliente, pense conosco:

Ter 50 milhões de leads, prontos para comprar seu produto, pois estão dispostos a tanto.

E sabe o que é “melhor”? Eles não sabem disso ainda.

Imagine amig@ empreended@r e capitalista imoral, se você conseguir convencer no mínimo 5% desse público?

Você vai vender pra caralho!

Nossa, um puta produto!

Fim do PITCH (historinha pra convencer apostadores de cavalos a comprar um produto que não existe) e provavelmente será mais um investimento de futuro promissor, com lucros monstruosos e muito sucesso no ecossistema.

. . .

Bom, voltando à realidade dos falidos ativistas, em janeiro deste ano, a agência Cambridge Analytica admitiu sua culpa no uso dos dados do Facebook para influenciar eleitores nos Estados Unidos, México, Reino Unido, Brasil e outros países.

Esse escândalo, amplamente noticiado em 2018, provocou o mundo a configurar e homologar legislações de segurança e regras no uso dos dados de outras pessoas. Aqui no Brasil, se trata da Lei Geral de Proteção aos Dados (LGPD) [Lei nº 13.709/2018]. Nos Estados Unidos, fez Mark Zuckerberg pela primeira vez encarar os clientes de verdade

(seus investidores reais. Aliás, também sou um destes investidores :/ )

Mas tenho mais 50% de culpa neste prejuízo.

Eu pessoalmente gosto desse risco. Não do investimento, mas de dar meus dados para sistemas terceiros e proprietários processarem sem minha anuência o que farão com eles.

Eu DOU meus dados (alguns verdadeiros, outros mentirosos, é verdade) para poder saber coisas sobre os outros (algumas verdadeiras, outras falsas). Simples assim.

Aliás, deixa eu contar uma historinha (tem mais de 140 caracteres, mas é verdadeira):

Quando eu tinha 14 anos e sendo pobre em 1994, eu só conseguia acessar Internet em lan houses. Já na primeira vez que eu entrei numa sala de bate-papo, eu não conseguia falar com nenhuma menina (nada diferente da vida real), mas percebi que os que conseguiam, usavam um termo “vamos TC?” e as gurias aceitavam.

Bom, eu não sabia que termo era esse. Não podia perguntar para meu pai, pois estava entrando escondido na Internet, na hora que estava gazeando as aulas. Também me sentia um idiota por não saber, pois era a “tendência da época”.

Então eu tomei coragem, já que ninguém saberia de nada. Entrei na sala com o nome de SAMANTA.

Nossa, foi sensacional.

Primeiro, que já na primeira interação, descobri o que significava “Vamos TC?” (Vamos teclar).

Segundo, por tive a chance de “enganar” um inteligente e tarado técnico de informática sobre vários pontos que eu precisava saber, inclusive para terminar de montar meu computador em casa.

Feio isso né?

Sim. Ou não.

A Cambridge fez isso também a ganhou milhões.

Bom… continua sendo feio ou não. Não é disso que estou falando.

Sou um hacker ativista.

Tenho um histórico de USD 180 milhões de economia nos 22 projetos que executei, investigando LEADS internos que estavam fraudando suas empresas ou clientes.

Eu, mais do que muita gente, sei o quão pouco as pessoas entendem o poder que tem seus “dados”.

Um “dado” isolado não significa nada.

Mas dois dados unidos geram informações.

E informações quando “se cruzam” geram filhinhos: que podemos chamar de conhecimento.

Então, antes de pensar qual a melhor estratégia de mercado para manipular as pessoas com suas próprias informações, pense que você também gera milhares de dados, informações e está fornecendo conhecimento sobre você para alguém, que não necessariamente quer te fazer bem.

E seu produto Jac, faz o que com os dados que lê?

A Laura? Obedece a LGPD e gera conhecimento!

Agora garantir que este conhecimento salve vidas e não venda plano de saúde, faz parte de minha ética, não do meu plano de negócios.

Desculpa, investidores. Foi mal.

Jac, um hacker ativista!

Leia mais artigo de Jac Fressatto

https://www.plural.jor.br/somos-feitos-da-mesma-substancia-dos-nossos-sonhos/

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