Sete motivos para você cuidar da sua democracia

Há muitas razões para você não querer viver em uma ditadura

Quando a sede do Congresso dos Estados Unidos foi invadida, no último dia 6, o mundo ficou em pânico: a democracia do país mais poderoso do planeta estava em risco. Por sorte, as instituições americanas, que têm séculos de existência, foram mais fortes do que a turba que invadiu o Capitólio, e tudo terminou bem (embora muita gente tenha dito que os EUA nunca passaram tão perto de um golpe de Estado).

Aqui no Brasil também preocupações com o futuro da democracia nos últimos anos. E quantas vezes você já não viu reportagens sobre a situação de um país no Leste europeu ou no Oriente Médio que está vendo sua democracia naufragar?

Mas afinal, por que a democracia importa tanto? Por que parece tão importante cuidar dela o tempo todo? Num momento em que tanta gente desdenha de princípios democráticos, contesta resultados de eleições e relativiza a importância da cidadania, é importante ressaltar por que é tão importante vivermos numa democracia.

Ser dono do próprio destino

Muita gente acha que democracia é só o momento da eleição. É muito mais que isso. Mas a eleição de fato é fundamental, porque é por meio dela que as pessoas podem dizer quem querem no comando da cidade, do estado e do país. Sem eleições justas, alguém sempre acaba se perpetuando no poder, ou na figura de um ditador de mão forte (como no caso de Getulio Vargas), ou por meio de um grupo que se reveza no governo sem consultar ninguém (como aconteceu na ditadura militar).

Limite ao governante

Numa democracia, as leis são feitas por representantes dos cidadãos. E a lei máxima, a Constituição, também tem a mesma origem. A grande vantagem da democracia é que nela também os governantes precisam seguir a lei. Num governo absolutista, por exemplo, o rei podia mudar a lei de acordo com o que lhe interessasse, a cada momento. E numa situação dessa ninguém está a salvo: a qualquer momento, você pode ser preso sem nem saber por quê.

Divisão de poderes

As democracias tipicamente têm três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário. Isso significa que ninguém pode fazer algo simplesmente por que deu vontade, sem aprovação de mais ninguém. Pense de novo em Trump: o presidente americano queria reverter o resultado da eleição que perdeu, mas o Congresso não deixou que isso acontecesse – e o Judiciário também exerceu papel fundamental para validar a eleição de Joe Biden.

Proteção de minorias

Ditaduras costumam ser cruéis com grupos minoritários. Minorias religiosas (como judeus), étnicas (negros, índios) ou sexuais (gays, trans) acabam sendo vítimas de perseguição e, muitas vezes, de extermínio. Na democracia, por definição, todos têm direitos, ainda que seja difícil fazer isso valer. No fundo, o direito ao voto faz com que essas pessoas sejam respeitadas pelas autoridades.

Direito de manifestação

Só numa democracia você tem a possibilidade de reclamar do governo. Por piores que as coisas estejam, sobra essa chance: tentar derrubar o presidente ou primeiro-ministro, ir para a rua, protestar – e, se nada der certo, trocar o governo na próxima eleição.

Liberdade de imprensa

É famosa a frase de Thomas Jefferson: se precisasse escolher entre governos e jornais, ele ficaria com os jornais. Sem informação livre, ditadores fazem a população acreditar em qualquer coisa (vale ler livros distópicos para entender isso, como 1984).

Desenvolvimento

Economistas têm comprovado que democracias em geral se dão muito melhor economicamente. Veja quem são os países com melhor IDH do mundo: todos são democracias. No livro Por Que As Nações Fracassam?, os economistas Daron Acemoglu e James Robinson mostram que, embora algumas ditaduras prosperem, no fim são condenadas à estagnação. O motivo é o receio que ditadores têm da inovação, um elemento fundamental para o crescimento econômico.

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