Quatro tradutoras incríveis e seus livros maravilhosos

Tive a sorte de ouvir uma conversa de grandes tradutoras, e lembrei de livros que já li traduzidos por elas

Esta semana tive a alegria de acompanhar uma conversa entre quatro grandes tradutoras. A tradução sempre foi algo que me fascinou. É um ofício que envolve uma quantidade imensa de pesquisa, conhecimento e repertório, mas ao mesmo tempo está longe de ser algo exato. No final é uma escolha, baseado em muito estudo, mas uma escolha.

Sem contar a responsabilidade de trazer a obra de uma autora ou autor para uma quantidade enorme de leitores. Se parar para pensar, é uma loucura.

E é muito interessante ouvir a tradutora falando sobre o livro que traduziu. Porque é uma leitura única, como foi dito na conversa, ela literalmente não apenas leu, mas analisou todas as palavras do livro.

E ouvindo elas conversarem fui lembrando das leituras que fiz de algumas traduções que elas fizeram.

“Na livraria com Orwell: ensaios sobre livros, literatura e escrita” é um projeto da Livraria Gráfica e a ideia é fazer um livro por vez, vender um livro por vez. “A tiragem da publicação vai depender das vendas. Ou seja, será produzida a quantidade que for vendida. Após esse período, tudo acaba.” É como eles explicam o projeto. “Na livraria com Orwell: ensaios sobre livros, literatura e escrita” é do George Orwell, claro, e foi organizado e traduzido pela Gisele Eberspächer. Tem textos deliciosos, um sobre o preço do livro é uma beleza.

A argentina Mariana Enriquez fez uma extensa pesquisa para escrever uma biografia que tenta desvendar a vida da Silvina Ocampo, uma das mais importantes escritoras argentinas. O livro “A Irmã Menor”, tradução da Mariana Sanchez, saiu pela Relicário. E depois da leitura fica difícil de escapar de ler “A Fúria” e “As Convidadas”, livros de contos da Silvina com tradução da Livia Deorsola.

A outra irmã Ocampo, Victoria, durante anos manteve uma intensa troca de cartas com a inglesa Virginia Woolf. Duas escritoras, editoras e intelectuais que marcaram a vida literária de seus países. O projeto de um livro sobre essa troca nasceu na Argentina com organização da Manuela Barral e veio para o Brasil pela Bazar do Tempo. “Victoria Ocampo & Virginia Woolf – Correspondência” reúne essas cartas e mostra a inquietação e luta das duas para colocar em prática seus projetos e ideias. A tradução foi tríplice, o livro tem textos em inglês, espanhol e francês, e ficou por conta da Emanuela Siqueira, Nylcéa Pedra e Rosalia Pirolli.

Fica o agradecimento às tradutoras e tradutores que tornaram possível a leitura de tantos livros que se não fosse pelo trabalho deles eu jamais leria.

Sobre o/a autor/a

Compartilhe:

Leia também

Melhor jornal de Curitiba

Assine e apoie

Assinantes recebem nossa newsletter exclusiva

Rolar para cima