Cinco perguntas para Anaterra Viana

Bia Moares entrevista a militante política e feminista Anaterra Viana

Anaterra Viana é feminista, militante do PT, secretária de Mulheres do partido, ex-candidata a vice-governadora, a deputada e a vereadora, e mãe do Ernesto.

Você é mãe solo; costuma levar o Ernesto em muitas manifestações e protestos. Como você educou e construiu esse serzinho?

Ernesto nasceu na militância e a gente sempre dialoga a respeito. Ele já entende a importância do trabalho da mamãe. Enquanto mulher que participa da política, também acredito que estar nesses espaços com ele é uma maneira de alertar a necessidade diferente que nós, mulheres, temos para conseguir ocupar esses espaços.

Crio Ernesto de forma honesta e franca, explico para ele desde pequeno nosso espaço nesse mundo, a importância de ser cidadão, reivindicar direitos, trabalhar para transformar as coisas e ajudar o próximo. Ele demonstra empatia e solidariedade já de pequenino e já tem seu ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) a tiracolo! Mas também brincamos bastante e procuro fazer com que ele não se esqueça que é criança, e que deve aproveitar todinha essa fase tão linda da vida. Ele adora ser criança.

É difícil educar uma criança com valores de respeito a qualquer pessoa. Haja desconstrução e coragem para criar um pequeno cidadão hoje em dia.

Quem mais te influenciou para aderir ao PT?

Meu tio, Melo Viana, foi uma das referências políticas da minha vida. E sempre foi de esquerda. Nos almoços de família os adesivos do Lula eram presentes na casa da minha avó, Nerita Ribeiro Melo Viana, baiana que foi a primeira candidata a vereadora da cidade dela, Vitória da Conquista. Essa ligação com o Nordeste também acredito que me ajudou muito. Mas o PT tem mulheres importantes na sua história, foram precursoras na luta feminista e por direitos das mulheres. Todas elas são referências e influências para mim. Foi o pai do Ernesto que me levou ao PT, mas foram todas essas mulheres o motivo, e o que me fez ficar. Hoje sou secretária de Mulheres do PT-PR e uma das idealizadoras do projeto Elas por Elas, que auxilia as mulheres para ocupar espaços políticos.

O Ernesto já cozinha?

Ele é um taurino que come muito. Está com 7 anos e é, também, meio desastrado, com fogo não mexe. Então ainda não cozinha. Mas gosta de me auxiliar na cozinha, olhar tudo e aprender. Já faz seu próprio sanduíche, já lava seu prato e também faz seu chocolate com leite.

Você conheceu o Lula e a Dilma pessoalmente. Se pudesse escolher, com qual deles você gostaria de dividir a mesma casa?

Que pergunta! Saí de casa cedo e já dividi minha casa com muitas pessoas, inclusive várias militantes. Vou dizer que é difícil dividir o lar com alguém sem que isso atrapalhe a relação, mas sempre sobrevivemos e todas as pessoas que passaram pela minha casa são amigas minhas. Eu vivo brincando que um dia farei uma festa com todo mundo que já morou na minha casa. Imaginem só a presença de Dilma ou de Lula nessa festa? (risos)

Gente, que dúvida, a Dilma é mãezona e mais durona, amo Dilma e toda sua história de vida e de luta me inspiram muito. Aliás, tanto ela como a Eleonora Minecucci (ex-ministra das Mulheres) são influências na minha vida política. E o Lula é o cara da diplomacia, da boa conversa. Acho que para dividir a mesma casa escolheria Lula.

Mesmo com receio, porque sei como a rotina de um lar não é fácil. (risos)

E de qual deles você escreveria a biografia?

Já para escrever uma biografia, eu escolheria escrever a da Dilma. Primeira mulher presidenta do Brasil, certamente seria a minha escolha.

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