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O Centro de Educação João Paulo II, localizado em Piraquara, depende de doações

O Centro de Educação João Paulo II, localizado em Piraquara, depende de doações para continuar fornecendo educação gratuita, de alta qualidade, para crianças da baixa renda, caso contrário irá encerrar suas atividades este ano.  

O apelo foi reforçado pelo jornalista Aroldo Murá, em sua página na Internet. Coordenador do projeto Memória Paranaense, além de presidente do Instituto Ciência e Fé, em seus textos procura resgatar a história do Paraná e de figuras importantes do Estado e do Brasil todo, além de tratar de questões atuais de política, jornalismo, fé e responsabilidade social.

E aí, por conta da jornalista Louise Fiala, temos mais detalhes do drama. É de Louise o texto que se segue:

Com quantos quilos de carne se faz uma escola? A pergunta pode parecer estranha, mas, para manter o Centro de Educação João Paulo II (CEJPII) funcionando, são necessários mais 350 kg de proteína – entre frango, carne bovina e linguiça – por mês, para alimentar os mais de 300 alunos. A instituição atende de maneira filantrópica crianças carentes da região que, em outras circunstâncias, talvez não tivessem acesso à educação de qualidade. Mais do que isso: oferece aos alunos a oportunidade de sonhar com um futuro melhor.

Ensino, esporte, cultura

Em nove anos de história e com a intenção de ser uma semente de boas ações, o que mantém o CEJPII funcionando são as doações recebidas – essas, provenientes dos pais dos alunos, de pessoas físicas e empresas que, por meio da instituição, apostam na mudança do mundo. Com atendimento em período integral e regime no contraturno, a escola oferece, além do ensino regular, atividades culturais, orientação nutricional, quadras esportivas e biblioteca.

Manter tudo funcionando, porém, requer um investimento enorme. “Todo mês são gastos aproximadamente 150 kg de frutas, 1.400 ovos, mais de 150 kg de arroz e 320 litros de leite, além de outros itens que fazem parte do cardápio diário dos alunos e da rotina de aulas”, conta Elizabeth Bettega Castor, presidente da instituição. As doações, por sua vez, caíram nos últimos meses e com os recursos atuais, a notícia não é das melhores: neste ritmo, o CEJPII terá que fechar as portas no fim de 2019, encerrando o atendimento que leva à comunidade há tanto tempo.

Por este motivo, o João Paulo II precisa ainda mais da ajuda de todos para continuar fazendo a diferença na vida destes e de futuros alunos. As doações podem ser feitas em diferentes modalidades: por meio de boleto, por depósito bancário em qualquer valor ou direto na fatura da conta de luz. Além disso, empresas podem ser parceiras nessa corrente de bem, seja com doação de valores ou serviços.

Para contribuir, basta acessar o site do CEJPII: http://www.joaopaulosegundo.org.br/doacoes.php, ou entrar em contato pelo telefone (41) 3079-7810.

Texto de Aroldo Murá:

“Poucos abnegados continuam mantendo a chama acesa pelo professor Belmiro Valverde Jobim Castor (in memoriam) há 9 anos, quando ele, a mulher e as filhas doaram a ampla área em Laranjeiras, em Piraquara, para a construção do Centro Educacional João Paulo II. Dentre esses abnegados, cito, por dever de justiça, o empresário João Elísio Ferraz de Campos, o professor Sergio Guarita, Luiz Cláudio Vieira, e a própria viúva de Belmiro, Elizabeth, que preside a instituição que ora atravessa sua sarça ardente.

O sonho materializou-se em poucos meses, com um mutirão de apoios que a todos surpreendeu. Manoel Isidro Coelho, arquiteto que tem o nome vinculado a grandes marcos da vida paranaense – como as universidades PUCPR e Positivo -, assinou um projeto irrepreensivelmente conectado com o século 21 e suas necessidades. Outros notáveis, como o ex-governador Jayme Canet Junior, alinharam-se na frente de sustentação de uma escola que tentaria “provar” uma realidade: os filhos da chamada baixa renda têm direito a um ensino se qualidade como, por exemplo, o dos acessados pelas famílias de classe alta.O Colégio Bom Jesus ofereceu todo apoio pedagógico, a FIEP ajudou pagar parte dos professores.

A inauguração foi com festa retumbante, na entrada do colégio Belmiro e Elizabeth colocaram centenas de nomes de benfeitores, inscritos num painel de aço escovado. Seria um agradecimento “para todo o sempre”, me disse, na ocasião, Belmiro.

Rapidamente crianças pobres passaram a gozar de um clima físico e psicológico extremamente renovador, precioso, com requintes como práticas de esporte, de danças, de lazer de diversas esferas. Sem contar com a qualidade rigorosamente balanceada da alimentação.

Os alunos que fazem o chamado contraturno no João Paulo II, cedo deram mostras em suas escolas de origem, a mudança que experimentaram no universo do ensino.

Hoje o João Paulo II pede socorro. Será que vamos deixar perecer esse projeto único e revolucionário? Será que renunciamos ao sonho que Belmiro materializou, um caminho de rara justiça social?”

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