Uma longa espera…

Já que o Club Athletico Paranaense continua na crista da onda, há quem tenha citado algumas façanhas, proezas e curiosidades de quando o rubro-negro da Baixada ainda era Clube Atlético. E citou a cápsula do tempo. Isso mesmo. Foi em 2017. O jornal The New York Times decidiu criar uma cápsula do tempo para abrigar “alguns objetos que representassem o que existia no planeta no ano 2000 da Era Cristã”. Coisas a serem guardadas até o novo milênio, quando a cápsula será ou seria aberta (com o tal de Donald John Trump nunca se sabe…), ou seja, no ano 3000.

Dentre os objetos, há uma camisa do então Atlético Paranaense. De lá para cá, mudou não somente o nome e o Estádio Joaquim Américo.

Em janeiro de 2017, em Nova Iorque, uma cerimônia marcou o fim da exibição da cápsula do tempo, que foi recolhida ao Museu de História Natural, preservando vários objetos colhidos nos quatro cantos do mundo.

Foi em 2001 que, graças a um motorista de táxi, Clóvis Gonçalves, que transportou em Curitiba Simon Romero, correspondente do The New York Times, o Atlético foi muito além de nossas fronteiras. Detalhe: na conversa com o jornalista, este perguntou a Clóvis o que ele indicaria como algo “realmente representativo para ser selecionado para a cápsula do tempo”.

Não deu outra:

– A camisa do Atleticão

A notícia sobre a escolha mereceu amplo registro da imprensa. A diretoria do (então) Atlético gostou tanto da ideia que propôs o case “Atlético 3000 – Paixão Eterna”. E, como prêmio, Clóvis ganhou um título de sócio construtor da Arena da Baixada. Detalhe: uma família vem cuidando da cápsula, passando de geração a geração até a chegada do ano 3000. Quem viver verá.

Mas, como sempre, há quem tenha lamentado:

– Pena que não faça parte do acervo os quatro gols do Ziquita.

Um jogo para não esquecer

Ziquita, no centro da foto, é abraçado pelos companheiros.

Foi no dia 5 de novembro de 1978. O então Atlético recebia na Baixada o então Colorado. Por conta de Ziquita, o jogo se transformou em um dos capítulos mais incríveis da história do futebol paranaense, e, quiçá, do futebol brasileiro: o centroavante fez quatro gols em 12 minutos.

Na partida, válida pela segunda rodada do grupo F (um quadrangular semifinal), cerca de 8 mil torcedores acompanharam o clássico, que era tido por muitos como decisivo para a escolha de um dos finalistas do estadual. O Colorado, arrasador, meteu 2 gols no primeiro tempo. No segundo, continuou o massacre. Em poucos minutos o Colorado vencia por 4 a 0. Parte da torcida atleticana começou a deixar o estádio, cabisbaixa.

Mas, aos 30 minutos, o centroavante Ziquita cabeceou para diminuir a vantagem adversária. Aos 34, dominou a bola de costas para o gol e, de virada, balançou as redes coloradas pela segunda vez. Quem insistiu em ficar no estádio cruzava os dedos. Aos 36, novamente de cabeça, Ziquita marcou seu terceiro gol. Alguns torcedores, com o ouvido colado nos radinhos a pilha, trataram de volta ao estádio. E o herói rubro-negro fez seu quarto gol aos 43 minutos. Logo em seguida, Ziquita mandou uma bola que carimbou o travessão colorado. O quinto gol não saiu, mas Ziquita acabara de colocar seu nome para sempre na história do (então) Atlético e da Baixada.

E, como registrou a imprensa, “um massacre anunciado acabou se transformando em um empate com sabor de goleada”. E houve quem abrisse manchete a “São Ziquita”. Do lado do time adversário, o técnico Avelino Mosquito não resistiu e pediu demissão.

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