Só mudaram os protagonistas

As frases de Paulo Francis eram nocauteantes

Por conta da sandice, uma das marcas do atual (des)governo, há quem tenha recorrido a Franz Paul Trannin da Matta Heilborn, o polêmico Paulo Francis. Jornalista, escritor, crítico de teatro, iniciou sua carreira na década de 1950 como crítico de teatro do jornal Diário Carioca. Após o golpe civil-militar de 1964, trabalhou no semanário O Pasquim e no jornal Tribuna da Imprensa, comentando assuntos internacionais.

Preso várias vezes e alvo permanente da censura e dos órgãos de repressão, mudou-se para Nova Iorque em 1971 – onde passou a atuar como correspondente de jornais, revistas e televisão. Ficou famoso (também) pelas suas frases nocauteantes.

Uma delas, mais do que nunca atualíssima:

— O Brasil é um asilo de lunáticos onde os pacientes assumiram o controle.

Outras:

— É preciso ter mingau na cabeça para acreditar em astrologia.

— Marx escrevendo sobre dinheiro é como padre falando sobre sexo.

— Quando ouço falar em ecologia, saco logo meu talão de cheques.

— Todo otimista é um mal informado.

— A ignorância é a maior multinacional do mundo.

— Intelectual não vai à praia. Intelectual bebe.

— Hitler nos provou que política dá sempre errado. Tudo o que ele mais queria era acabar com o comunismo e com os judeus. No final da Guerra a União Soviética virou superpotência e os judeus conseguiram fundar Israel.

— Dizem que escrever é um processo torturante para Sarney. Sem dúvida, mas quem grita de dor é a língua portuguesa.

— Quem não lê não pensa, e quem não pensa será para sempre um servo.

— Ignorância é o nosso grande patrimônio nacional.

— Eu gostaria de ser o fantasma do Metropolitan Museum.

— Dizem que ofendo as pessoas. É um erro. Trato as pessoas como adultas. Critico-as. É tão incomum isso na nossa imprensa que as pessoas acham que é ofensa. Crítica não é raiva. É crítica.

— Talvez o Brasil já tenha acabado e a gente não tenha se dado conta disso.

— Jornalismo é a segunda mais antiga profissão.

Francis nasceu no Rio de Janeiro no dia 2 de setembro de 1930 – morreu dia 4 de fevereiro de 1997, em Nova Iorque. Ataque cardíaco.

Sobre o/a autor/a

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