Que falta faz o Batata – além do Mussum

Francisco Camargo relembra personagens de campanhas de sucesso da propaganda brasileira

Até quando vamos aguentar os fura-quarentena do covid-19 e o desgoverno do Bolnossauro? E por que (ainda) tem gente que, além de não respeitar o isolamento, sai de casa sem usar máscara? Por que o Moro, o ex-007 das araucárias, caiu do galho e o tal mininstro da educassão, aquele mesmo que escreveu imprecionante, continua em cena?

Por que o pressuposto presidente relutou em mostrar o resultado dos exames para detectar o coronavírus? E por que insiste em dar um breque nas investigações envolvendo o senador Flávio Bolsonaro no caso da rachadinha em seu gabinete, no período em que atuou como deputado estadual? Onde e como Bolsonaro torrou quase R$ 1 milhão por mês, neste ano, com seu cartão corporativo? Até porque, se juntar GSI e ABIN, foram R$ 7,5 milhões em despesas sigilosas. Sigilosas? Nada disso: sigilentas – como escreveria o mininstro da educassão.

Tem mais uma pergunta: por que será que o PIG (Partido da Imprensa Golpista), tremendo carimbo criado pelo jornalista Paulo Henrique Amorim, mudou e muda de lado tão rapidamente?

Assim sendo, a situação é tão crítica que muita gente lembra (com saudade) de um velho personagem da TV – e a sua dica fulminante para quem buscava uma resposta. Sentado na beira da estrada, tranquilo, muito à vontade, era sucinto e definitivo:

– Pergunta lá no Posto Ipiranga

Um novo personagem

Famoso com a série de comerciais, Antonio Duarte de Almeida Júnior é mais conhecido como Batata. Embora químico industrial de formação, foi também DJ nas horas vagas e destaque em escola de samba de São Paulo.

Mas, por conta do sucesso da primeira leva de anúncios, por quase uma década, a rede de combustíveis decidiu retomar a propaganda com novos filmes criados pela agência Talent – só que agora na TV por assinatura, com o bordão “Só tem lá”, que destaca a exclusividade de produtos e serviços oferecidos.

Mussum, outro sucesso

Antes do Batata, quem também fez enorme sucesso, fora dos programas humorísticos, foi o Mussum. Ele mesmo, ‎Antônio Carlos Bernardes Gomes, que morreu em julho de 1994, aos 53 anos, vítima de complicações ocorridas após um transplante de coração. Era uma campanha da Volkswagen (“Das auto”). Esbanjando simpatia com o seu vasto sorriso, ele festejava o lançamento da VW:

– 200 cavalos. É cavalis pra cacildis!

O sucesso foi tão grande que a Brassaria Ampolis, de bebidas artesanais, tratou de lançar a segunda cerveja do Mussum: depois da Biritis, veio a Cacildis.

E, como nem o Batata do posto Ipiranga teria hoje uma receita para tirar o Brasil do bolso/buraco em que se meteu, com quarentena e outros bichos, vale recorrer mais uma vez ao Mussum:

– Tá tudo muito parádis? Toma um  que o mundo vai girarzis!

Afinal, “suco de cevadiss deixa as pessoas mais interessantiss”.

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