Quando uma rotina deixa de ser a de sempre

Consta (ou constava) que o freguês sempre tem razão; no caso dos bares, não é e nunca foi assim – afinal, há fregueses, bons fregueses e outros longe disso

Episódios desconcertantes ocorrem a qualquer momento e em diversos cenários, mas, quando nos bares, costumam ter testemunhas. E ficam registrados na memória. Como se sabe, mesmo não frequentando bares, o Luzitano (isso mesmo, com Z) fica na Avenida João Gualberto, 1839 – Curitiba, por supuesto… Aí, alguém já meio embalado, acha estranho ao se deparar, na bolacha, ou melhor, suporte de copo, com o número 1839.  

– Nossa… Como é antigo, 1839. Meio século antes da proclamação da República, 1889.  

Certas coisas, só vendo (e ouvindo). Até porque, passando adiante, muita gente não vai acreditar – “É pura invenção”. Na sexta-feira da semana passada, no já citado bar do Juvevê, início da tarde, alguém adentra ao recinto e vai direto ao balcão, todo espalhafatoso, tal qual um porta-bandeira de escola de samba abrindo o desfile de Carnaval. Aí, pede 1 cigarro avulso, mas já exibindo, acintosamente, para pagamento no ato, uma nota de 100 reais. Isso mesmo. O cigarro avulso custa 1 real… Diante do indeferimento do pedido – “não tenho troco” -, o sujeito, depois de uma cara de espanto/revolta, sai de fininho.  

Comentário de uma testemunha, em tom de pilhéria:  

– De fato, fumar é um vício do demonho…  

E alguém complementa:  

– Deve ter acabado o estoque caseiro de cigarros de palha… Ou de fumo pra cachimbo.  

Coisas inesperadas  

Para compensar a perda de clientes durante a pandemia, as cervejarias decidiram ajudar o setor de bares e restaurantes. Para reduzir o prejuízo, as cervejas baixaram de preço. Um exemplo: a Antarctica, que custava R$ 7,50 a garrafa, passou a ser vendida a R$ 5,50.  

Diante de tantas doideiras, quase que diárias, o jeito é tomar algumas providências, sem exigir, é claro, atestado de sanidade mental ou de teste de alcoolemia, o chamado bafômetro, para adentrar ao recinto. Assim sendo, temos uma plaqueta em lugar bem visível para quem chega:  

FIADO
Foi
indo
até
dar
o cano

Mudando de cenário  

Em Itapoá, Santa Catarina, temos um bar que, na carta de bebidas, oferece sangue de mosquito. Isso mesmo. E nem o (feliz) proprietário do boteco soube explicar a origem do nome. Trata-se de uma mistura que assume um tom meio avermelhado.  

Ainda de Itapoá, Avenida Principal, perto do Hotel Rainha de Itapoá. Diante de uma lanchonete, há uma frondosa árvore que parece brotar da calçada: e, em meio à espessa folhagem, uma pequena placa pendurada em um dos galhos, em ponto bem visível para os transeuntes, chama a atenção. Tanto que todo mundo interrompe a caminhada para ler o aviso:  

– Não alimente o macaco.  

Mesmo quem é morador de lá nunca viu o tal macaco. A única coisa que movimenta as folhas é o vento.  

Pra fechar a conta, vale citar:  

– Em uma coisa os bêbados e os geógrafos têm razão: a Terra gira.  

Jô Soares  

– Nunca devemos lamentar que um poeta seja um bêbado, devemos lamentar que nem todos os bêbados sejam poetas.  

Oscar Wilde  

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