Quando uma palavra mata a charada

De Ronaldo o fenômeno aos chatos de galocha, passando pelos malas sem alça, a tal antonomásia continua cumprido seu papel

Existe uma figura de linguagem que consiste na substituição do nome de uma pessoa por uma característica que ela possui. Daí Ronaldo o fenômeno (maior artilheiro da história dos Mundiais com 15 gols), o fulano é um mala, tremendo chato de galocha… Trata-se da antonomásia – ou perífrase.

E temos ainda mala sem alça, pé frio, o pau d’água e o mocorongo, entre outros – e é engraçado saber o que motivou tais figuras de linguagem. Uma delas:  

– Chato de galocha é um “chato especial”, ou seja, mais chato que o habitual. Quanto à origem da expressão, acredita-se que tenha surgido por meados da década de 1950, quando o uso de galochas era um costume típico entre homens e mulheres.  

As galochas, como todos sabem, mesmo não tendo usado, são botas de borracha usadas para proteger os pés do contato com a água, preservando-os da umidade. Feitas de material resistente, normalmente são usadas por cima dos calçados normais, em ambientes há muita água ou lama.  

Assim, mesmo com condições climáticas adversas, o chato calçava as suas galochas e, ao visitar um amigo, molhava e sujava a casa do anfitrião. Além disso, alguns autores acreditam que um chato de galochas é um chato resistente, característica da própria galocha.  

Já mala sem alça é fácil imaginar – pior é carregá-la até a rodoviária ou o aeroporto. Algo como sair passear de bicicleta com meio pedal.

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