Quando uma eleição renova esperanças

Há o que comemorar com a vitória de Biden - a começar pela escolha de uma mulher como vice-presidente e o adeus ao Trump tropical

Não poucos, por nossas bandas, acompanharam a eleição nos EUA torcendo pela vitória de Joe Biden. Joseph Robinette Biden Jr., um advogado de 77 anos. E puderam comemorar dupla ou triplamente. Afinal, por tabela, foi um chute no bumbum do Trump e, também, um tapa de luva (de boxe) em Bolsonaro, na sua turma, nos racistas e machistas daqui.  

Como Biden fez questão de destacar, “terei a honra de servir com uma fantástica vice-presidente, Kamala Harris, que fará história como a primeira mulher negra, a primeira mulher de origem sul-asiática e primeira filha de imigrantes já eleita para um cargo nacional neste país”.  

E, só para cutucar os primatas daqui mais uma vez: primeira mulher a chegar à Presidência do Brasil, Dilma Rousseff foi vítima de um terrível golpe (com o apoio de boa parte da chamada grande da imprensa, o PIG – Partido da Imprensa Golpista) até ser deposta em agosto de 2016.  

Cor, origem, religião  

Martin Luther King.

Breves lições – pinçadas da revista Guia Grandes Líderes da História – Nelson Mandela e Martin Luther King; as trajetórias dos maiores líderes da luta pela igualdade racial, On line Editora, número 2, edição de março de 2016. 

Nelson Mandela:

– Ninguém nasce odiando outra pessoa por causa da cor da sua pele, ou sua origem, ou sua religião. As pessoas têm que aprender a odiar, e se elas podem aprender a odiar, elas podem ser ensinadas a amar, pois o amor chega mais naturalmente ao coração humano do que o seu oposto.  

Ainda da revista Guia Grandes Líderes da História – Nelson Mandela e Martin Luther King, sobre o racismo nos EUA:  

 – Em 1949, os casamentos inter-raciais foram proibidos; em 1950, todos os sul-africanos foram obrigados a fazer uma declaração de registro de raça, um documento que garantia ou obliterava os direitos civis de seu portador; no mesmo ano, negros, mestiços, indianos e outras raças foram proibidos de permanecer nas cidades depois do horário comercial; em 1951, foram criadas as townships, áreas afastadas onde as raças incluídas foram forçadas a morar.  

E, como destaca a publicação, “Nelson Mandela e Martin Luther King têm muito mais do que a cor da pele em comum. Líderes pacifistas que tiveram a vida marcada pela luta contra as desigualdades e injustiças, em defesa da paz mundial”.  

Barack Obama: na eleição de 2008, derrotou o candidato republicano John McCain e se tornou o primeiro presidente negro dos Estados Unidos. Nove meses depois, receberia o Prêmio Nobel da Paz, assim como Martin Luther King.  

De Nelson Mandela:  

– Eu tenho um sonho. O sonho de ver meus filhos julgados por sua personalidade, não pela cor de sua pele.  

Martin Luther King:  

– Não sou descendente de escravos. Eu descendo de seres humanos que foram escravizados.  

Uma derrota pessoal  

Jair Bolsonaro. Crédito da foto: Carolina Antunes/Presidência

Ainda sobre Trump e a repercussão pelo mundo. Quanto ao Brasil, há que se fazer mais um registro. Segundo matéria do jornal O Estado de S.Paulo, o Estadão, na edição de domingo o jornal francês Le Figaro afirma que a derrota do presidente Donald Trump deixa o brasileiro Jair Bolsonaro “órfão de padrinho”. No texto assinado pelo correspondente Michel Leclercq, o diário francês lembra o fato de que Bolsonaro não cumprimentou até agora o democrata Joe Biden pela vitória.  

Ainda do jornal francês: assessores do presidente do Brasil comentaram que Bolsonaro considerou o resultado eleitoral nos EUA “uma derrota pessoal, por tanto que se identifica com seu modelo”. E o diário francês cita o fato de que “o político brasileiro já reivindicou o rótulo de “Trump tropical” e a relação entre os dois líderes, que incluiu um jantar na ‘luxuosa residência na Flórida’ do empresário americano”.  

PS: Vivendo e aprendendo. 2021 promete.  

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