Quando o banditismo não é ficção

Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE) revela que o desmatamento da Amazônia segue em ritmo acelerado e reforça o alerta sobre a(s) ameaça(s) ao “pulmão” do mundo

De olho na TV, curtindo um seriado policial, há quem tenha ficado arrasado – não pelos socos e tiroteios; é que, num break, o Greenpeace atualizou os dados sobre o desmatamento da Amazônia. Foi na quinta-feira da semana passada, em breve intervalo comercial, durante a exibição da série Law & Order: Special Victims Unit, no canal Universal TV. Como se sabe, Law & Order: Unidade de Vítimas Especiais tem como palco Nova York, onde também é produzida. Criada por Dick Wolf e transmitida pela NBC (National Broadcasting Company), teve sua estreia no dia 20 de setembro de 1999, ‎com Mariska Hargitay, ‎Christopher Meloni e ‎Danny Pino encabeçando o elenco. É algo, porém, que deixa de lado o velho maniqueísmo, o esquema mocinho(s) versus bandido(s).  

Alertas cada vez piores  

Aí, em um dos intervalos, pintou algo inesperado para o telespectador ou televizinho, estes se ainda existem: surge na tela uma breve mensagem do Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE), sobre a situação (cada vez pior, como se verá) da Amazônia. Deixando de lado o seriado, até porque, nele, o bem sempre vence o mal, há quem, mais tarde, tenha pinçado o comunicado na íntegra:  

– São Paulo, 10 de setembro de 2021 – Dados do Sistema DETER, do Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE), divulgados hoje, apontam que em agosto deste ano 918 km² da Amazônia estão com alertas de desmatamento. Apesar da queda em comparação com 2020, 32% menor, os alertas estão 42.7% maiores do que em agosto de 2018. E aí temos:  

– O impacto socioambiental de hidrelétricas em biomas frágeis como a Amazônia é bem conhecido pelas populações e regiões afetadas e se repete a cada novo caso. Entre os impactos já observados estão o aumento do desmatamento, a redução da biodiversidade, o deslocamento forçado de comunidades indígenas e tradicionais, além da abertura de estradas ilegais e a invasão de terras indígenas por madeireiros e grileiros.  

– O futuro está nas energias renováveis, como solar e eólica, não em barragens que destroem comunidades e a floresta. Precisamos pressionar os governantes e as empresas a contribuírem com investimentos em alternativas de energia verdadeiramente limpas. Também precisamos pressionar pela demarcação da Terra Indígena Sawre Muybu, garantindo a proteção deste território que representa a vida para o povo Munduruku.  

Qual é a missão do Greenpeace?  

– Garantir a capacidade da Terra de nutrir a vida em toda a sua diversidade. Isso significa que queremos: proteger a biodiversidade em todas as suas formas; prevenir a poluição do ar, das águas e da terra; acabar com a ameaça nuclear e enfrentar as mudanças climáticas; promover a paz, o desarmamento global e a não violência.  

Como se sabe, o Greenpeace Brasil faz parte de uma organização não governamental de ambiente (ONGA), sem fins lucrativos, com mais de 30 anos de luta (pacífica) em defesa do meio ambiente. Atuando no Brasil desde 1992, está presente também em 30 países. E temos um apelo: ajude a entidade doando 4 reais.  

PS: para o bolsonarismo, é claro, esse tal de Greenpeace (também) é coisa de comunista… e ainda pede ajuda financeira.  

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