Pequenas coisas – mas de grande valor

Das balas Zequinha ao Circo Irmãos Queirolo - e sem deixar de lado o Cine Curitiba - há quem, recluso, tenha viajado no tempo, pinçando agradáveis lembranças

Por conta da tal gripezinha, dos trambique$ na compra de vacinapelo desgoverno federal, há quem tenha voltado no tempo para matar a saudade – até porque, oficialmente, o pesadelo nacional, que era mais do que previsto, só irá terminar oficialmente no dia 31 de dezembro de 2022. Não que antigamente tudo fosse uma maravilha, mas há honestas e doces lembranças.  

E aí, em Curitiba, marcaram presença o Buraco do Tatu, as balas Zequinha, dropes Dulcora, Emulsão de Scott, a Companhia Força e Luz do Paraná, cigarros Saratoga, carne de onça, Cine Curitiba, Cine Arlequim, Circo dos Irmãos Queirolo, sem esquecer o palhaço Chic Chic (Lafayete Queirolo), o jogo de botão, a piazada  também ao ar livre fazendo festa no  jogo de búrico. Búrico? Um pequeno buraco feito na terra para receber as bolinhas de gude quando atingidas pela bolinha “artilheira” – sem esquecer o malvado búrico ladrão, buraco que tinha um pequeno túnel paralelo para desviar e sumir de vez com as bolinhas. E os seriados do Cine Curitiba, com o aviso continua na próxima semana após uma sessão, a alegria de empinar uma raia, longe do bairro chique do Batel…  

Antes do televizinho  

Televisão, celular, internet, e-mail, Google, Facebook? Nem pensar… Supimpa mesmo era o rádio (então) conectado na tomada, com antena no telhado para conseguir captar emissoras do Rio ou São Paulo. Até para ouvir radionovelas. Ou o noticiário da Voz do Brasil, produzido pela Empresa Brasil de Comunicação, em cadeia obrigatória por parte de todas as emissoras do país, exceto em casos excepcionais, quando o Poder Executivo assim o decidisse.  

A transmissão deveria ocorrer de segunda a sexta-feira (exceto feriados), na janela de horário das 19 até 22 horas, tendo duração de 1 hora. Caso a transmissão não fosse às 19, a emissora era obrigada a informar neste horário a que horas A Voz do Brasil iria ao ar. E ela se tornaria o programa de rádio mais antigo do país e do hemisfério sul. Foi criado em 1935, durante o governo de Getúlio Vargas, com o nome Programa Nacional. Em 1938, passou a ter transmissão obrigatória com horário fixo e virou A Hora do Brasil. Tempos depois, em 1962, foi adotado o nome A Voz do Brasil, mantido até hoje.  

Em Brasília…  

E tornou-se famosa a abertura do programa: “Em Brasília, 19 horas”, ao som da ópera O Guarany, de Carlos Gomes. Com o passar dos anos, o tema recebeu versões em samba e choro.  

O programa foi criado por Armando Campos, amigo de infância de Getúlio Vargas, no governo deste último, e passou ser transmitido em 22 de julho de 1935 com o nome Programa Nacional, “visando a divulgação dos principais acontecimentos da vida nacional”. Na época, era apresentado pelo locutor Luís Jatobá.  

PS: afinal, como já dizia Abelardo Barbosa, o Chacrinha, “quem não se comunica se trumbica”. E dá para acrescentar: quem não pratica o jornalismo plural se trumbica.  

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